Os estudantes da Escola Professor Agerson Tabosa Pinto, da turma 8º ao 9º ano, do bairro Siqueira, visitaram a Câmara Municipal de Fortaleza na tarde desta segunda-feira (22), como parte da atividade “A Escola vai à Câmara”, promovida pelo projeto Político Eu?!?!.

Vale lembrar que essa visita resulta da colaboração entre a Casa Legislativa e a Fundação Demócrito Rocha. Durante o encontro, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer as instalações de vários setores, compreender o funcionamento da Casa, assim como quais os serviços fornecidos pela Central da Cidadania, Ouvidoria, Direitos Humanos, Procuradoria da Mulher, Complexo das Comissões, além de explorar as instalações da área de Comunicação.

A vereadora Adriana Nossa Cara (PSOL) esteve presente com os alunos. Ela ressaltou que a iniciativa da Câmara é de extrema importância, pois a população em geral percebe a Casa Legislativa como algo distante da sua realidade cotidiana, das suas vivências. “Quando trazemos crianças e adolescentes para cá, estamos impulsionando-os a se envolverem no movimento de cidadania, incentivando-os a compreender que este espaço é acessível para que eles também possam sonhar com projetos futuros e ocupar cargos. É um primeiro passo para que eles ousem sonhar com possibilidades diferentes das que normalmente imaginam em suas vidas. Por isso, considero esta iniciativa de suma importância”, disse a parlamentar.

Com um projeto que requer o Dia Antirracista nas Escolas Municipais de Fortaleza, Jonathan Nogueira, professor de História, falou de como a escola está inserida nesse contexto e como atuam nesse processo de desconstrução do racismo estrutural que se apresenta fora da escola.

“Estamos propondo que na terceira semana de cada mês, em um dia específico, todas as escolas da Rede Municipal de Fortaleza trabalhem ações voltadas para o antirracismo. Não basta só não ser racista, tem que ser também antirracista. Isso é promover atividades que envolvam, seja na questão de identidade, questões culturais, questões que desassociem um pouco essa imagem, falar da população negra, dentre outros assuntos interligados ao tema. Então, a gente está propondo pensar um dia onde a comunidade negra fique em evidência”, refletiu o professor.

Segunda Paula Vieira, coordenadora do projeto “A Escola vai à Câmara”, o projeto apresentado pela Escola Professor Agerson Tabosa Pinto é bem interessante. “Essa escola, especificamente, já tem um protocolo antirracista. Então é uma escola que tem amadurecimento muito grande sobre esse combate ao racismo. Hoje eles apresentam com argumentos a importância de se estabelecer esse dia. A presidente da Mesa Diretora é a Kênia, uma menina negra da escola, então eu acho que esse ato é muito simbólico, muito representativo ver uma menina mulher negra sendo vereadora e presidindo a Câmara”, evidenciou Paula.

A presidente da Mesa Diretora, Kênia Thayná da Silva Santos, falou da experiência enriquecedora vivenciada pela turma. Com um projeto que trata sobre a pauta antirracismo, a presidente falou desse momento vivenciado por todos. “Essa é com certeza uma experiência bem nova. Está sendo muito legal. Todo mundo gostando bastante do espaço, de conhecer, de saber como é que participa do processo de criação de leis e até agora a expectativa foi muito melhor do que imaginamos. O nosso projeto trata do Dia da Escola Antirracista e nós aprendemos como tudo funciona, o que o presidente faz, o que é que o vice faz, o que os vereadores fazem”, contou a estudante.

>> O projeto foi levado ao plenário onde foi debatido e aprovado pelos estudantes.

Vale lembrar que ao todo foram 12 escolas selecionadas para essa ação. Para participar do concurso, além de inscrição por meio do formulário do site, foi necessária a submissão de um projeto de lei desenvolvido pelos alunos da escola, com a orientação de um “professor-consultor” escolhido pela própria escola ou pelos alunos.

Fotos: Mateus Dantas