Dengue: saiba quais medicamentos são contraindicados e como tratar corretamente a doença

26/02/2024 - Andre Barbosa Pinheiro

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia fala sobre o assunto e reforça a importância do atendimento médico para a indicação do tratamento correto.

Dengue - Foto: Agência Brasil

O período chuvoso acende um alerta em relação as arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. E nesse contexto alguns cuidados são fundamentais quando identificados os sinais das doenças, dentre eles, o uso de medicações que podem desencadear casos mais graves da dengue.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alerta sobre os riscos da automedicação e orienta sobre o que fazer, em caso de suspeita da doença. Segundo o infectologista, a dengue é uma doença viral, para a qual não existe antiviral, sendo o tratamento básico realizado com analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito.

Dentre os medicamentos inadequados ao tratamento, o infectologista advertiu quanto ao uso do ácido acetilsalicílico (AAS), conhecido como aspirina, já que a substância age sobre as plaquetas. “Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS”, afirmou o médico. Além do AAS, corticoides também são desaconselhados.

Mesmo com os principais sintomas sendo febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele, o infectologista adverte a importância de procurar atendimento médico para que seja indicado o tratamento correto para doença. “A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença”.

Sintomas graves

Entre os sinais de alarme, Chebabo destacou vômito incoercível, que não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tontura; desidratação; cansaço; sonolência e alteração de comportamento, além de sinais de sangramento. “Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou. No entanto, a maior preocupação dever ser com a hidratação e com sinais e sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.

Medicamentos contraindicados

Salicilatos:
Ácido acetilsalicílico;
Ácido salicílico;
Diflunisal;
Salicilato de sódio;
Metilsalicilato, dentre outros.

Anti-inflamatórios:
Não esteroidais;
Indometacina;
Ibuprofeno;
Diclofenaco;
Piroxicam;
Naproxen;
Sulfinpirazona;
Fenilbutazona;
Sulindac;
Diflunisal.

Hormonais ou corticoesteroides:
Prednisona;
Prednisolona;
Dexametasona;
Hidrocortisona.

Tratamento

O tratamento consiste, basicamente, na reposição de líquidos adequada. O indivíduo deve seguir a orientação médica que sugere:

  • Repouso;
  • Ingestão de líquidos;
  • Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de, pelo menos, um sinal de alarme;
  • Retorno para reavaliação clínica, conforme orientação médica.
  • O ministério da Saúde ressalta que, ainda, não existe tratamento específico para a doença.

Com informações da Agência Brasil, Ministério da Saúde e Anvisa

Foto: Agência Brasil