Audiência pública discutiu políticas públicas de visibilidade para prática da capoeira

21/11/2022 - Rochelle Nogueira

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que compreende os elementos de arte marcial, esporte, cultura popular, dança e música.

Com o objetivo de dialogar sobre política pública, demanda social e cultural para a capoeira no Município de Fortaleza, a Câmara Municipal de Fortaleza, por meio do requerimento n° 2100/2022, de autoria do vereador Lúcio Bruno (PDT), realizou uma audiência pública na tarde desta segunda-feira, 21.

Segundo destacou o parlamentar, propositor da audiência, a capoeira antes de tudo tem uma significação folclórica e é uma das modalidades de arte mais antiga. “A capoeira vem há muitos anos sendo a arte mais antiga que existe. Ela tanto é esporte como é cultura e a gente tem o prazer de pelo segundo ano consecutivo, através do nosso mandato, realizar a 17ª Conferência Municipal da Capoeira em solicitação do Fórum da Capoeira”, contou Lúcio Bruno.

Lúcio ressalta ainda que o assunto tem grande significância pois evidencia a Capoeira como Política Pública e sua demanda cultural e social na vida de jovens e adultos. “Muito importante está incentivando, discutindo a capoeira no nosso Município, exatamente pra gente fortalecer a prática do esporte. Eu costumo dizer quem uma das minhas bandeiras de mandato é o esporte e a capoeira é incluída junto ao esporte. Muito feliz de está tendo essa oportunidade novamente”, contou o vereador.

Mestre Gerson do Valle, representante do Coletivo do Fórum da Capoeira do Estado do Ceará, fez uma apresentação no evento. Gerson destacou que foi participante na criação da Lei nº 9041/05, que trata sobre a Semana Municipal da Capoeira comemorada na semana em que incidir o dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra. “Há 17 anos estamos realizando essa audiência pública sempre trazendo uma temática. Nós já atuamos em um projeto em que trabalhamos o combate às drogas com a capoeira no processo de ressocialização. A capoeira é uma ferramenta de inclusão e como ferramenta nós temos uma facilidade de entrar em certos locais levando a prática da capoeira. Também a modalidade leva cultura, cântico e permite, além disso, a sustentabilidade com a venda de instrumentos, de indumentárias, camisas e etc”, ressaltou.

Do Valle conta que este ano busca por ações voltadas às políticas públicas que pleiteiem atividades já asseguradas há 17 anos, por meio da Lei nº9041/05, política pública de Estado. “Nós temos propostas, inclusive a criação do registro dos mestres dos saberes e do fazeres no âmbito municipal, muito parecido com o que ocorre há nível de Estado”, revelou.

Em representação a Secult Ceará pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória, Emanuel Bastos Lopes, elencou a missão diária do Instituto no processo de escutar os detentores, aqueles sujeitos que são os fazedores culturais. “Está sendo feito em parceria com os membros da sociedade civil e Iphan uma articulação conjunta para um futuro breve na complementação de um estudo sobre a capoeira”, disse.

O representante do Iphan, Vinicius Frota, ressaltou a necessidade de construir estratégias para que a modalidade permaneça ao longo de gerações. “É preciso documentar, perceber como se dá a atividade em diversos Estados do país, no sentido da valorização e promoção desse bem e também como incentivo a educação”, frisou.

Composição da Mesa

Vereador Lúcio Bruno (PDT), representante do Coletivo do Fórum da Capoeira do Estado do Ceará; Mestre Gerson do Valle, representante da Secult Ceará pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória; Emanuel Bastos Lopes, representante do Iphan; Vinicius Frota, Mestre Doralice, Mestre Adriane.

A capoeira

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que compreende os elementos de arte marcial, esporte, cultura popular, dança e música. Ela constrói relações de sociabilidade e familiaridade entre mestres e discípulos, sendo difundida de modo oral e gestual nas
ruas e academias.

Foto: Evilázio Bezerra.