Vacinas da AstraZeneca e Pfizer reduzem pela metade a transmissão do vírus, indica estudo

29/04/2021 - Rochelle Nogueira

Após três semanas da aplicação dos imunizantes, os indivíduos apresentaram entre 38% e 49% menos probabilidade de transmitir o vírus do que pessoas não vacinadas.

Vacina - REUTERS/Sergio Perez

Um novo estudo realizado pela Public Health England (PHE), agência governamental de saúde pública do Reino Unido, aponta que uma única dose da vacina contra a covid-19 das farmacêuticas Pfizer-BioNTech ou Oxford/AstraZeneca pode reduzir a transmissão doméstica do vírus pela metade.

Segundo dados da pesquisa, as pessoas que receberam a primeira dose dos imunizantes citados e que foram infectados após três semanas da vacinação, tinham entre 38% e 49% menos probabilidade de transmitir o vírus do que pessoas não vacinadas.

No Brasil, por exemplo, estão sendo aplicadas duas vacinas, Coronavac e a de Oxford/AstraZeneca, sendo a última uma das vacinas inclusas na pesquisa do Reino Unido. Um lote da Pfizer-BioNTech contendo 1 milhão de imunizantes chega ao país nesta quinta-feira (29) e será utilizada pela primeira vez nos brasileiros.

Sobre a pesquisa

No estudo, a proteção contra a covid foi observada após 14 dias da vacinação, apresentando níveis semelhantes independentemente da idade dos vacinados. O órgão acrescentou que esta proteção se soma ao risco reduzido de uma pessoa vacinada desenvolver infecção sintomática, em torno de 60 a 65%, quatro semanas após uma dose de qualquer uma dessas vacinas.

“As vacinas são vitais para nos ajudar a voltar a um estilo de vida normal. As vacinas não apenas reduzem a gravidade da doença e evitam centenas de mortes todos os dias, agora vemos que também têm um impacto adicional na redução da chance de passar a covid-19 para outras pessoas”, ressaltou Mary Ramsay, chefe de imunização da PHE.

Evidencia-se que as casas com famílias são locais de alto risco de transmissão, o que significa que o estudo fornece evidências iniciais sobre o impacto das vacinas na prevenção da transmissão, informou a PHE.

Apesar da nova descoberta, é importante reforçar que as pessoas vacinadas com esses imunobiológicos continuem a praticar uma boa higiene das mãos, uso contínuo da máscara e seguindo as orientações de distanciamento social.

Estudos anteriores atentam que as vacinas Pfizer-BioNTech e Oxford-AstraZeneca são altamente eficazes na redução de infecções por covid-19 entre pessoas mais velhas, com 10,4 mil mortes evitadas em maiores de 60 anos no fim de março.


Contente com os resultados apresentados pela nova pesquisa do Reino Unido, a aposentada Lúcia Lima de 64 anos, uma das cearenses a tomar a vacina da farmacêutica Oxford/AstraZeneca, ainda no começo do mês de abril, comemora a descoberta feita pelos pesquisadores.

“Tomei minha dose da vacina Astrazeneca no dia 2 de abril e de lá para cá já são 27 dias de proteção contra a covid-19. Apesar de já ter tomado uma dose, eu ainda continuo com as medidas de proteção. Minha última dose está agendada para julho, mas já comemoro a eficácia desse imunizante”, declarou Lúcia.

Foto: REUTERS/Sergio Perez