Covid-19: idosos, pessoas com sobrepeso e mulheres são grupos que podem desenvolver a doença por um tempo mais prolongado, afirma estudo

22/10/2020 - Anna Regadas

A conclusão foi feita através de uma análise de dados de 4.182 pacientes infectados com o novo coronavírus.

Estudo do King’s College London, no Reino Unido, estima que uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com a Covid-19 fique doente por pelo menos oito semanas. A pesquisa mostra que pessoas idosas, ser do sexo feminino, ter excesso de peso ou asma são condições que aumentam o risco do paciente desenvolver a doença de forma prolongada.

A conclusão foi feita através de uma análise de dados de 4.182 pacientes infectados com o novo coronavírus e que compartilharam as informações sobre seu quadro de saúde no aplicativo britânico Covid Symptom Study. Os dados do aplicativo são compartilhados diariamente com pesquisadores do King’s College London e do serviço público de saúde do Reino Unido, NHS.

Ao analisarem os dados em busca de padrões, os cientistas identificaram os fatores que aumentam a probabilidade do paciente desenvolver a doença por um período maior. Os resultados publicados online, mostram que a Covid persistente pode afetar qualquer pessoa, mas algumas características aumentam os riscos.

No estudo, os especialistas destacam que condições pré-existentes como asma e doenças pulmonares estiveram associados à Covid persistente. O fato do paciente ter apresentado mais de cinco sintomas diferentes na primeira semana foi um dos principais fatores de risco identificados. Ou seja uma pessoa que teve tosse, fadiga, dor de cabeça, diarreia e perdeu o olfato apresentou maior risco do que alguém que teve apenas tosse. A pesquisa também revelou que esse risco também aumenta com a idade, especialmente acima dos 50 anos, assim como ser do sexo feminino.

Na análise, os cientistas detalham que aproximadamente 10% dos pacientes entre 18 e 49 anos apresentam a forma mais longa da doença, percentual que sobe para 22% no grupo de pacientes com mais de 70 anos. Quanto ao sexo dos infectados, indicaram que a frequência da Covid de “longa duração” era 50% maior nas mulheres do que nos homens, com percentuais flutuantes entre 14,5% e 9,5%, respectivamente. 

O objetivo dos pesquisadores foi desenvolver um sinal de alerta que possa identificar os pacientes que precisam de cuidados extras. O estudo traz as seguintes estimativas:

  • Uma em cada sete pessoas fica doente por pelo menos quatro semanas
  • Uma em cada 20 pessoas fica doente por pelo menos oito semanas
  • Uma em cada 45 pessoas fica doente por pelo menos 12 semanas

Foto: André Lima