Covid-19: pandemia impulsiona desenvolvimento de equipamentos de suporte à vida

10/08/2020 - Adriana Albuquerque

A utilização de equipamento não invasivos vem promovendo uma integração entre médicos e pesquisadores no Ceará

Apesar do cenário de estabilidade dos casos de coronavírus no Ceará e em Fortaleza, epicentro da doença no estado, as pesquisas para o desenvolvimentos de equipamentos de suporte à vida continuam a todo vapor. Dentre as prioridades do sistema de saúde, estão: os respiradores e a utilização de ventilação não invasivas.

Neste contexto, um grupo de pesquisa iniciou os trabalhos em abril e como resultado desenvolveram um respirador de baixo custo. A pesquisa é uma das apoiadas pela linha emergencial de combate à pandemia de coronavírus, lançada pela Funcap, e conta com a parceria da Escola de Saúde Pública (ESP/CE), do Senai, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e outras instituições locais voluntárias.

Protótipo de um respirador de baixo custo e fácil manutenção para operar nas unidades de saúde do Estado – Governo do Estado

O projeto coordenado pelo professor Jarbas Silveira, foi concebido a partir de um protótipo que usa válvulas simples combinadas de controles, malhas fechadas, sistemas de medições e de realimentação. “O processo aplica, em seu funcionamento, todo o rigor que um equipamento dessa natureza exige”, afirma ele. O respirador está em fase de desenvolvimento e testes de funções e foi um marco para a pesquisa local por ter sido realizado em tempo recorde, além de contar com um trabalho conjunto entre os profissionais de pesquisa e saúde.

A expectativa é que em aproximadamente três meses o respirador possa entrar em fase de produção e atender instituições locais.

Uso de máscara VNI

Para melhorar o quadro de saúde dos pacientes, o Hospital Regional do Cariri (HRC), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará, do Governo do Estado, vem utilizando uma máscara de mergulho adaptada, um mecanismo de ventilação não invasiva com pressão positiva (VNI). O suporte melhora os níveis de oxigenação e diminui o desconforto respiratório, evitando, dessa forma, a necessidade de intubação.

A máscara é destinada a pacientes que não conseguiram apresentar melhoras com o uso do respirador padrão, como explica Ângela Lopes Pinheiro, fisioterapeuta do Hospital Regional do Cariri.

No mês de julho, 24 pessoas participaram de testes com a máscara VNI no HRC. Destas, 22 apresentaram melhoras significativas e apenas duas foram intubadas.  A máscara filtra todo o ar respirado pelo paciente, gerando menos risco de transmissão do vírus para os profissionais de saúde. O suporte pode ser utilizado em enfermarias comuns, sem que o paciente precise estar em isolamento.

Elmo

No final do mês de junho, o Governo do Ceará também iniciou os testes clínicos com o Elmo, capacete de respiração assistida para tratar pessoas com quadro leve ou moderado de Covid-19. O Elmo é fruto da força-tarefa composta pelo Governo do Ceará, Sesa, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (Unifor).

Com informações do Governo do Estado

Foto: Governo do Estado