Pesquisa revela mudança na rotina de diabéticos durante a pandemia

03/08/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

Durante a pandemia
em Fortaleza, o atendimento aos pacientes com diabetes ocorre nos 114 postos de saúde, desenvolvendo suas atividades dentro das normas de segurança estabelecidas para a prevenção do coronavírus

A pandemia do novo coronavírus alterou a vida de muitos brasileiros e, em especial, de algumas pessoas portadoras de doenças crônicas. É o caso dos diabéticos, que segundo pesquisa realizada pelo jornal científico Diabetes Research and Clinical Practice, entre os meses de abril e maio deste ano, apontou que a quarentena alterou o controle da doença, o padrão de alimentação, atividade física, acesso a medicamentos e serviços de saúde.

Realizada via online, a pesquisa foi feita com 1.701 brasileiros com diabetes e apontou entre vários dados, a redução das atividades físicas de 59,5% dos entrevistados; 59,4% observaram variação na glicemia e 38,4% adiaram ou cancelaram suas consultas médicas. Segundo a pesquisa, o aumento dos níveis ou da variabilidade da glicemia levaram esses indivíduos a um grupo de risco ainda muito mais elevado para gravidade da Covid-19, se infectados.

Central de Distribuição de Medicamento do Terminal de Messejana – Foto: Prefeitura de Fortaleza

Em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que durante a pandemia o atendimento aos pacientes com diabetes ocorre nos 114 postos de saúde de Fortaleza, desenvolvendo suas atividades dentro das normas de segurança estabelecidas para a prevenção do coronavírus.

Na rede de atenção primária do Município são atendidas 27.873 pessoas com diabetes do Tipo 1 do e do Tipo 2, que realizam acompanhamento nos postos de saúde ou nos Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH), também implantados dentro da estrutura física de algumas unidades de saúde.

Nas Centrais de Distribuição de Medicamentos nos Terminais (CDMT), os farmacêuticos monitoram os pacientes diabéticos cujos exames de hemoglobina glicada são tidos como alterados, realizando também a ação de monitoramento periódico e buscam detectar sinais de síndrome gripal, orientando o paciente para que busque atendimento em um posto de saúde ou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Os medicamentos de uso contínuo são entregues a pacientes com mais de 60 anos já cadastrados com condições como diabetes em estoque para 60 dias de uso, de modo a evitar que o paciente se desloque para buscar os fármacos devido à condição de pandemia. Para aqueles com mais de 80 anos, que têm maior risco de desenvolvimento de sintomas mais graves, os medicamentos são entregues em casa.

Outros dados da pesquisa:

  • 61,2% afirmaram serem usuários do SUS – de modo exclusivo ou parcial;
  • 78,6% das pessoas deixaram de fazer suas consultas regulares;
  • 38,4% adiaram suas consultas médicas;
  • 40,2% não efetuaram agendamentos desde o início da pandemia;
  • 64,5% receberam remédios e suprimentos por meio do SUS;
  • 49,9% precisaram sair de casa para pegar a medicação;
  • 95% dos entrevistados realizaram isolamento social;
  • 27% não saíram de casa após o início da pandemia.

Usuários do sistema privado de saúde revelaram efetuar compras de medicamentos por meio de entrega em domicílio ou possuírem estoques de remédios e suprimentos médicos para sua aplicação ou para aferição glicêmica.

A pesquisa ainda apontou que entre os entrevistados, 60,7% tinham diabetes Tipo 1 e 30,7 a do tipo 2. O público da pesquisa foi majoritariamente feminino (75,5%), e a faixa etária entre 18 a 50 anos foi de (70,7%).

Já os portadores do diabetes Tipo 2 apresentaram maior propensão a relatar comorbidades, que são fatores de risco que elevam as chances de agravamento da doença causada pelo novo coronavírus, como hipertensão arterial, obesidade.

Confira os resultados completos da pesquisa clicando aqui.

A pesquisa foi publicada no periódico científico Diabetes Research and Clinical Practice, que publicou uma edição especial com trabalhos realizados sobre Covid-19 em vários países, inclusive esta, do Brasil.

Informações: Agência Brasil e Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza

Foto: Prefeitura de Fortaleza