O número de casos confirmados de dengue em Fortaleza é, neste ano, quase o dobro do registrado no mesmo período em 2019. São pelo menos 4,8 mil casos registrados, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), frente aos 2,4 mil do ano passado. Os casos estão concentrados, principalmente, nas regionais 1, 5 e 6 da Capital.

“Próximo de 40% dos casos de dengue este ano estão concentrados na regional 6”, observa o gerente de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos de Fortaleza, Atualpa Soares. Por isso, segundo o gestor, a Prefeitura vai, neste mês de julho, intensificar ações de enfrentamento a arboviroses (dengue, zika e chikungunya) com abordagens educativas em domicílios e corredores comerciais e, quando possível, eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti.

Atualpa diz que cerca de 80% dos criadouros do mosquito vetor das arboviroses estão nos domicílios e que isso costuma ser mitigado com a ação direta dos agentes de endemias. Contudo, devido à pandemia de Covid-19, os profissionais não estão entrando em toda casa.

Os agentes são orientados a não entrar em imóveis com pessoas que se declarem sintomáticas para a Covid-19, disse. Os profissionais entram somente naqueles em que os moradores não têm sintomas. “E em casas com espaço externo, quintal, varanda, que a gente possa acessar sem contato com o proprietário, a gente faz algum trabalho. Coloca larvicida, busca foco”.

A ideia é que a rotina dos agentes de endemias se normalize ao longo do próximo mês, à medida em que avançar a flexibilização do isolamento social em Fortaleza. Há um plano em elaboração na SMS, segundo Atualpa, para “tirar o atraso” das ações preventivas até o fim deste ano. “A gente já iniciou um trabalho mais intenso, sobretudo nas áreas em que a gente não pode entrar nos domicílios”. Amanhã, 10, devem ser inspecionados supermercados. Hoje, 9, foram terminais de ônibus. Antes, escolas que tiveram as aulas presenciais paralisadas.

Nélio Moraes, coordenador de Vigilância em Saúde da SMS, diz que, embora os casos de dengue tenham aumentado bastante este ano em relação a 2019, ainda há baixa transmissão da doença. Contudo, ele alerta que “não vencemos a dengue em 2020, ainda temos alguns bairros que preocupam” e que a intensificação do enfrentamento às arboviroses como um todo deve chegar a toda a Cidade. “As atividades estão sendo intensas em todas as áreas estratégicas para que possamos chegar ao fim do mês de julho com uma situação estável”.

Saiba quais foram os bairros com mais concentração de casos de dengue na Capital em junho:

Regional 1: Vila Velha, Barra do Ceará, Cristo Redentor, Parambu
Regional 5: Canindezinho
Regional 6: Barroso, Parque dois Irmãos, Conjunto Palmeiras e São Bento/Coaçu

Prevenção

Cada um de nós é responsável por eliminar focos do mosquito Aedes aegypti em nossas casas. Saiba como:

Mantenha a caixa d’água vedada;
Lave com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;
Encha de areia as bordas dos pratos que guardam os vasos das plantas;
Mantenha as calhas limpas;
Não deixe água acumulada em pneus, garrafas ou outros recipientes.

Repórter: Luana Severo

Fonte: Ministério da Saúde e Boletim epidemiológico da SMS