Julho Amarelo: Secretaria de Saúde do Estado alerta para a prevenção contra as Hepatites Virais

07/07/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, em 2019, o Ceará registrou 534 casos de hepatites virais, sendo 13 de hepatite A; 217 de B, 300 de hepatite C, 3 de tipo D e 1 de tipo E.

Em alusão ao 28 de julho, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) está realizando a campanha Julho Amarelo, que foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2010. O objetivo é alertar as pessoas com relação a importância da prevenção. O tratamento da doença é de fácil acesso, pela rede SUS. A doença é curável, principalmente se for diagnosticada precocemente.

Segundo a articuladora do Grupo de Trabalho de IST/ Aids da Sesa, Telma Martins, a Hepatite A é transmitida pelo contado fecal-oral (contato de fezes com a boca). “A doença tem grande relação com alimentos ou água não seguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. Outras formas de transmissão são os contatos pessoais próximos e os contatos sexuais, especialmente em homens que fazem sexo com homens,” relata.

Ela ressalta que as crianças podem manter a eliminação viral até cinco meses após a resolução clínica da doença. Telma afirma que não há nenhum tratamento específico para hepatite A. “O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas, uma vez que o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro”.

Como prevenção, é necessário que ocorram melhoria das condições de higiene e saneamento básico, entre elas: lavar as mãos, principalmente após o uso do sanitário, a troca de fraldas e antes do preparo de alimentos; lavar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes, entre outras.

Contra a Hepatite A, existe uma vacina altamente eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção contra a doença, que consta no calendário infantil, no esquema de 1 dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos, ou seja, 4 anos, 11 meses e 29 dias).

Hepatite B

A Hepatite B pode ser transmitida  nas relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; compartilhamento de material para uso de drogas; compartilhamento de materiais de higiene pessoal; confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade) e em alguns casos na transfusão de sangue.

Esse tipo de hepatite pode ser tratado com antivirais específicos, disponibilizados no SUS, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções (PCDT Hepatite B). Além do uso de medicamentos, quando necessários, é importante que se evite o consumo de bebidas alcoólicas. Segundo a Sesa, os tratamentos disponíveis atualmente não curam a infecção pelo vírus da hepatite B, mas podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a incidência de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo. A melhor prevenção nesse caso também é a vacina, uso de preservativos nas relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Hepatite C

A Hepatite C pode ser transmitida no contato com sangue contaminado; pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas; reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; em procedimentos invasivos, como hemodiálise, cirurgias e transfusão sem os devidos cuidados de biossegurança e no uso de sangue e seus derivados contaminados. Em tempo: hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada.

 O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os DAA revolucionaram o tratamento da hepatite C, possibilitando a eliminação da infecção. O tratamento pode ser feito pelo SUS. Na fase inicial da doença os pacientes podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, sem a necessidade de consulta na rede especializada para dar início ao tratamento. Para a Hepatite C, ainda não existe vacina

Hepatite D

A hepatite D tem como formas de transmissão os mesmos da hepatite B. O tratamento é feito pelo SUS, por ação medicamentosa, que no entanto não cura a doença, mas controla o dano hepático. Após o atendimento na atenção básica os pacientes devem ser encaminhados a um serviço especializado. Atualmente a imunização para hepatite B é a principal forma de prevenção da hepatite Delta, sendo universal no Brasil desde 2016.

Hepatite E

A transmissão ocorre também principalmente pela via fecal-oral e pelo consumo de água contaminada, e ainda por ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados (por exemplo, fígado de porco); transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê.

A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, podendo causar alterações leves, moderadas ou graves no órgão. Cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras estão entre os sintomas. No entanto, em alguns casos, o paciente pode ser assintomático, ou seja, não apresentar sinais da doença, o que caracteriza uma infecção silenciosa.

“As hepatites virais são doenças silenciosas. Na fase aguda e mesmo na fase crônica da doença, as pessoas podem estar assintomáticas. Isso reforça a necessidade de procurar atendimento médico para que seja detectado o tipo de hepatite e o estágio em que a doença se encontra. É importante a vacinação contra a hepatite B por todas as pessoas, em todas as idades, e obrigatoriamente na gestação, considerando que a doença pode afetar o recém-nascido e, em mais de 90% dos casos, piorar o quadro de crianças com menos de cinco anos de idade”, finaliza Telma Martins.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, em 2019, o Ceará registrou 534 casos de hepatites virais, sendo 13 de hepatite A; 217 de B, 300 de hepatite C, 3 de tipo D e 1 de tipo E. No primeiro semestre deste ano, foram contabilizados 59 casos de hepatite B e 55 do tipo C.

Testes Rápidos

Os testes rápidos para diagnosticar a hepatite podem ser realizados em todos os Postos de Saúde de Fortaleza. Ao chegar no local, o paciente passa por uma triagem. O resultado do teste sai em 30 minutos. Também existem exames feitos em laboratório. Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos serviços públicos de saúde para todas as pessoas.

Serviço

Saiba onde encontrar os testes rápidos para Hepatite:

Nos Postos de Saúde do município, no Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA Carlos Ribeiro (R. Jacinto Matos, 918 – Jacarecanga), nas maternidades municipais e nas conveniadas como o SUS.

Artes Gráficas: Jeorge Farias/GOV. do Ceará