Manter saudável o corpo e a mente é um passo importante para o equilíbrio

30/06/2020 - Rochelle Nogueira

Sofrer transtorno alimentar e de bebidas alcoólicas em época de quarentena tende a ser um período difícil e desafiador.

Com a pandemia do novo coronavírus, os indivíduos passaram a conviver em isolamento social, recluso em suas casas. A disseminação da doença pelo mundo, os impactos na saúde e a gravidade dos sintomas, vem causando transtornos à população.

Foto de arquivo pessoal.

“Desde que pandemia do coronavírus teve início, durante esses três meses de reclusão, isolamento social, passei a sofrer com os sintomas de ansiedade mediante o turbilhão de informações sobre a doença e o desfecho que ela pode causar nas famílias. Com o tempo ocioso, o acesso a alimentação bem mais fácil, isso acabou se tornando pra mim uma válvula de escape. Além da comida em excesso, as lives são convidativas para a ingestão da bebida alcoólica nesse período de incertezas”, foi o que disse Gentil Pinheiro que atua no suporte técnico de automação.

De acordo com o plano Proteção da Saúde Mental em Situações de Epidemias elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), do ponto de vista da saúde mental, uma epidemia de grande magnitude implica em perturbação psicossocial. Muitas pessoas são acometidas por transtornos na ordem psicológica e emocional, acarretando em alterações metabólicas dos indivíduos. De acordo com a psicóloga Renata Farias, o aumento no consumo de álcool e alimentos na quarenta vem crescendo bastante no Brasil e em outros países do mundo.

“A Rússia, por exemplo, disparou no consumo de álcool. As pessoas tem bebido bastante e adotado outros hábitos ruins como o distúrbio do sono, mudanças em hábitos alimentares, pois estão com uma vida restrita em suas casas, alguns agora no trabalho. Quando a gente lida com uma situação nova, que o nosso repertório comportamental não está preparado para isso, a gente não sabe como lidar com as situações e isso ativa nossa amígdala cerebral acionando o estresse, o medo e ansiedade. Todas essas respostas geram alguns mecanismos de controle. Alguns desses mecanismos podem ser práticas boas, como o exercício físico, a meditação. E outros com o consumo de álcool, o cigarro, alimentação desregulada, drogas, são mecanismos ruins de compensação para lidar com essa ansiedade”, atentou a psicóloga.

Confira entrevista completa com a psicóloga Renata Farias 👇

Cuidados com a saúde

Para estarmos bem com o corpo e a mente é importante mantermos uma alimentação balanceada. Alimentos gordurosos e industrializados em excesso podem contribuir com sensações de cansaço e desânimo, contribuindo para questões mais profundas de saúde mental. 

“Durante a pandemia ficou ainda mais claro a importância de cuidar da saúde para estar preparado para as adversidades do ambiente. Pacientes com obesidade ou com outras doenças crônicas, foram reconhecidos como pacientes de risco independente da idade. Sendo assim, acredito que o primeiro passo é sair do sedentarismo, buscar fazer uma atividade física, de preferência com acompanhamento profissional. Além disso, evitar o consumo de alimentos industrializados, priorizar os in natura, aumentar o consumo de frutas e verduras, que são muitas vezes esquecidos devido a correria do dia a dia e pelas pessoas estarem sempre buscando uma “praticidade”. Buscar acompanhamento de profissionais adequados que possam lhe ajudar a ter hábitos mais saudáveis é fundamental também”, reforçou a nutricionista Raíssa Lima, especializada em Nutrição Esportiva Funcional e Mestre em Saúde Coletiva.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil