Infectologista recomenda que população mantenha cuidados para que o índice de transmissão da Covid-19 continue em queda

19/06/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

Fortaleza apresentou o menor índice dentre as regiões de saúde, com taxa de transmissão de 0,82.

O Ceará conseguiu atingir, nesta semana, o menor índice de transmissão do novo coronavírus desde o início da pandemia, com taxa de reprodução efetiva (Rt) de 0,73.  Para o médico infectologista e ex-secretário de Saúde do Estado, Anastácio Queiroz, a principal razão para essa diminuição, é porque um grande número de pessoas já se infectou e tornou-se, em tese, imune a doença. Na sua avaliação, se essa queda for homogênea, o Estado não terá recrudescimento do número de casos.

Para o infectologista, se existirem áreas onde essa realidade não exista, novos casos poderão aparecer. Na verdade, esse fenômeno está acontecendo na atualidade no Interior do Estado, onde ocorre o avanço da Covid-19. Locais, onde há bem pouco tempo existiam poucos casos, apresentam recordes diariamente de infectados. Ele entende que nesse caso, as pessoas poderão estar mais suscetíveis a uma infecção. Pontua que tanto na Capital e na sua Região Metropolitana, onde os casos vem caindo, como nas cidades onde a pandemia está em ascensão, os cuidados devem ser os mesmos.

“Sabemos que a doença é transmitida por gotículas da fala, do espirro, da tosse e das mãos contaminadas. Então se recomenda o uso de máscara porque aquela pessoa que estiver contaminada não vai contaminar outra pessoa e se ela tiver cuidados com as mãos e higienizá-las sempre quando pegar em um objeto ou outra superfície, ela não levará o vírus para aquelas áreas que ela circula e evitará que o vírus se alastre”, ressalta.

Anastácio assevera que uma prevenção bem efetiva é fundamental para que novos casos não apareçam. “Mas os cuidados devem ser mantidos por todos, tanto os que têm sintomas, como os assintomáticos e os que já se curaram, para que realmente nós possamos, digamos assim, retornar as atividades com segurança, assim todos serão beneficiados”, avaliou.

Epicentro

De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Fortaleza, que continua sendo o epicentro da doença no território cearense, apresentou o menor índice dentre as regiões de saúde, com taxa de transmissão de 0,82. Já as regiões do Cariri, Litoral Leste/Jaguaribe e Sertão Central apresentam taxa em torno de 1. A região de Sobral, onde o número de casos aumentou, aparece com 0,93.

Corroborando com o Dr. Anastácio Queiroz, a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, pede que a população mantenha os cuidados de prevenção, entre os quais: a adesão ao isolamento social e às medidas restritivas para reduzir a velocidade da epidemia.

Conforme o histórico da pandemia no Estado, o pico da transmissão da doença ocorreu em meados de março, quando o Rt ultrapassou 2. Mas no final de maio a taxa de reprodução efetiva ficou abaixo de 1, mantendo-se assim até agora. Esse dado foi considerado para a elaboração do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais. A Capital e região metropolitana estão atualmente na primeira fase e poderão passar para a segunda fase no próximo dia 22 de junho.

Hoje, segundo dados do IntegraSUS, o Ceará registra 89.863 casos de Covid-19, com 5.460 óbitos. Em Fortaleza foram registrados 32.473 casos da doença. O Ceará é o Estado que mais testa para Covid-19 no Brasil, já tendo realizado 212.812 exames para detectar a doença.

O Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, também realiza uma pesquisa com 9.900 testes, sendo 3.300 em cada fase, para dar uma visibilidade maior a situação da transmissibilidade na Capital. O Estado também realiza 900 testes em Sobral para avaliar o impacto do coronavírus na cidade. Essa ação é considerada a maior pesquisa epidemiológica do Brasil.

Foto: Mateus Dantas