Proteção Animal: ‘drive-thru’ será montado para doação de ração

28/04/2020 - Ana Clara Cabral

Poder Público e sociedade civil organizada se mobilizam em prol da proteção e bem-estar animal.

Em tempos de pandemia e isolamento social, diminuiu consideravelmente a quantidade de doações e, principalmente, de pessoas que levam ração até os pontos de abandono de animais. Pensando nessa dificuldade e sensível aos desafios do momento, a coordenadora de Proteção e Bem-estar Animal (Coepa), Toinha Rocha, anunciou que na próxima semana está organizando um serviço de “drive-thru” para receber doações de ração. A ideia é inserir a população nessa causa com todos os cuidados que são necessários para evitar a propagação do vírus.

“A responsabilidade é tanto do poder público quanto da sociedade civil. Está na Constituição. Só dará certo se todos derem as mãos”, ressaltou Toinha.

Foto: Reprodução

Por meio da Coordenadoria de Proteção e Bem-estar Animal (Coepa), com apoio da Sociedade Protetora Ambiental no Ceará (SPA), da Proteção Animal Mundial (World Animal Protection), e da sociedade civil, a Prefeitura de Fortaleza criou o projeto Proteção Patas Unidas, com o intuito de alimentar os animais que estão nas ruas durante a pandemia da Covid-19. Até o momento, já foram distribuídos mais de 5 mil quilos de ração em pontos de abandono previamente cadastrados pela Coepa.

Movimento Patas Unidas

Anteriormente criado com o objetivo de ajudar também os abrigos, ONGs e lares temporários que cuidam de animais, o Movimento Patas Unidas, em parceria com a Câmara Municipal de Fortaleza, OAB-CE e diversas ONGs doou 2,3 mil quilos de ração durante a quarentena. Segundo Toinha Rocha, a Prefeitura ainda comprará 24 toneladas de ração. “A licitação já está em andamento”, afirmou.

Adoção de animais

Foto: Mateus Dantas

A adoção de animais continua sendo um assunto importante em meio à pandemia. Mesmo com o isolamento social e tomando os devidos cuidados, organizações e abrigos seguem trabalhando pela vida de inúmeros animais abandonados em Fortaleza.

De acordo com Cristiane Angélica, fundadora e atual presidente da ONG Abrace, os eventos e entrevistas para adoção responsável passaram a ser virtuais. “Existe diferença entre quantidade e qualidade no que diz respeito à adoção. Em quantidade temos um número razoável de pessoas buscando, mas em qualidade, o número está muito abaixo do normal”, disse.

Ela explicou: “muitas pessoas demonstram querer adotar por impulso, na busca de uma companhia temporária, por causa da solidão durante o isolamento social. Tem gente até querendo adotar filhote para distrair os filhos em casa, como se fosse um brinquedo. Uma adoção precisa ser responsável, é uma decisão para toda a vida”.

Foto: Abrace

Adoção responsável

Renato Hirco, há meses pensava em adotar um cachorro e aproveitou o tempo de isolamento social para adaptar “Zeus” em seu novo lar. “Esse ato tem um significado imenso para mim, principalmente no momento tão difícil que vivemos com a pandemia. Zeus conseguiu um lar com amor e, eu, uma companhia para o resto da vida. E fiz isso com a convicção da responsabilidade que teria”, contou.

Como ajudar?

A ONG Abrace trabalha através de lares temporários de voluntários e seus recursos financeiros eram captados por meio de bazar com objetos humanos. Por causa do isolamento social, o bazar foi suspenso. Além de ajudar financeiramente, pessoas podem colaborar de outras maneiras:

  • se voluntariando para ceder um lar temporário;
  • doando ração e/ou medicamentos;
  • apadrinhar um dos animais adultos;
  • custear uma castração;
  • adotar ou divulgar os animais para adoção.

“Lutamos por um mundo de menos ‘dó’ e mais ‘ação’. Um mundo de doação”, frisou Cristiane Angélica, que conseguiu intermediar 717 adoções em 2019 através da Organização.

Foto: Mateus Dantas