O decreto estadual 33544, datado do último dia 19, deste mês, fixou regras mais rígidas de prevenção ao contágio do Novo Coronavírus (Covid-19) para os estabelecimentos que utilizam serviços de entrega por aplicativo. A norma determinou algumas medidas de segurança em benefício dos seus funcionários, como a disponibilidade de EPIs e a criação de espaços para a retirada do produto pelo entregador, evitando ao máximo o contato físico com os clientes. As empresas que realizam os serviços de entrega por aplicativo, também de acordo com a norma, devem tomar medidas de prevenção contra o contágio.

Conforme o decreto, as empresas devem orientar devidamente os trabalhadores para que adotem, durante a atividade, de forma eficaz, as medidas de proteção e observem condições sanitárias definidas pelas autoridades públicas da saúde, objetivando reduzir ou eliminar o risco de contágio da doença; devem evitar o contato físico direto com os clientes ou terceiros que forem receber os produtos; fazer a entrega das mercadorias nas portarias de condomínios ou portas de entrada de residências, não adentrando as suas dependências comuns; devem fornecer para uso dos profissionais álcool 70%, preferencialmente em gel e disponibilizar meios e espaços para a higienização obrigatória de veículos, compartimentos para transporte de mercadorias, capacetes e quaisquer outros instrumentos de trabalho.

Já os serviços de entrega por aplicativo devem também adotar medidas de proteção para a segura retirada pelo entregador do produto em suas dependências, disponibilizando espaço para essa retirada e evitando ao máximo o contato físico entre as pessoas; deve fornecer aos profissionais, álcool 70%, preferencialmente em gel, para uso durante a atividade, disponibilizando também lavatórios para higienização das mãos. Por fim, deve comunicar à empresa responsável pela plataforma digital sobre casos confirmados de COVID-19 entre trabalhadores.

Os serviços de entrega, devido a necessidade de distanciamento social, tiveram um grande crescimento com o fechamento do atendimento presencial para evitar aglomerações. Com isso, as empresas tiveram que se adaptar ao novo momento, tomando medidas internas e externas para seguir as determinações das autoridades. Alguns restaurantes e lanchonetes, por exemplo, fornecem máscaras, toucas, luvas para os funcionários que trabalham nas cozinhas e o setor de entregas faz a limpeza com álcool em gel de todos os pacotes de alimentos, antes de encaminhar para a entrega. O entregador, por sua vez, não tem contato direto com a embalagem, utiliza luvas, máscara e faz uso do álcool em gel quando conclui cada entrega. Outra medida adotada é a desinfetação da maquineta antes e após sua utilização.

A rede de restaurantes fast-food McDonalds fechou, desde o final de março, toda sua rede de atendimento presencial e está atendendo apenas via delivery, drive-thru ou pedidos para viagem. Nas mais de mil lojas em todo país, a empresa afirma que está seguindo todas as recomendações dos órgãos competentes. “Reforçamos nosso rígido padrão de higiene e adotamos medidas junto aos nossos parceiros de delivery, para reforçar a segurança dos entregadores e a do cliente,” afirma a direção da empresa em nota.

Já a rede HABIB’S afirma que vem mantendo suas lojas em funcionamento, mas preservando a saúde e bem-estar dos mais de 18 mil colaboradores. Conforme a empresa, em função dos riscos decorrentes da epidemia do Coronavírus, decidiu suspender por tempo indeterminado o atendimento presencial, “estamos operando com o máximo de medidas profiláticas, entre elas higienização constante de equipamentos e superfícies de uso comum, disponibilização de antissépticos por todas as instalações, aferição diária da temperatura de todos os colaboradores, com dispensa dos que apresentarem qualquer indício de febre, divulgação abrangente de informações sobre o vírus, seus efeitos e formas de prevenção, além da liberação imediata para home office dos que integram o grupo sujeito a maiores riscos ou que convivem com eles em casa”. A rede que já atuava com Drive-thru e serviços de entrega, ampliou os serviços com a suspensão dos atendimentos presenciais.

A rede de lanchonetes Burguer King, que conta com mais de 900 restaurantes no país, baixou um protocolo rigoroso de higiene. Nele constam algumas recomendações como a lavagem constante das mãos, que é indicado por um alarme que toca de 30 em 30 minutos dentro das cozinhas. Na cozinha, ninguém toca com a mão direto na comida e todos os funcionários responsáveis por montar os sanduiches utilizam uma luva descartável após a lavagem das mãos. Além disso, intensificou a limpeza dos totens de pedidos, balcões, áreas de bebidas, mesas, banheiros e áreas de circulação, usando produtos desinfetantes certificados de qualidade internacional.

Aplicativos

Os aplicativos de comida por delivery como o IFood e o Rappi também reforçaram as precauções nesse período de isolamento. Optaram por fazer as entregas sem nenhum contato da pessoa que pediu com o entregador. Outra medida é que o pagamento não seja feito em dinheiro. Pelo iFood, o usuário pode combinar com o entregador (via chat) onde deixar o seu pedido. Recomenda que o pagamento seja feito de forma digital (via aplicativo), evitando usar dinheiro ou a maquininha de cartão.

Já o startup de delivery colombiana Rappi faz entregas sem contato físico. Com relação aos estabelecimentos, a Rappi afirma que tem reforçando a necessidade de procedimentos, como por exemplo, fechar as sacolas com selos de segurança, garantindo que a mesma não tenha sido mexida após ele ter saído da cozinha. Com relação aos entregadores, a empresa destaca que tem disponibilizado álcool em gel 70% e máscaras antibacterianas, com orientação de uso antes e durante a entrega dos pedidos. Outra opção é a entrega em domicílio sem contato físico. O usuário pode selecionar essa opção dentro do aplicativo ou indicar via chat para o entregador, pedindo que deixe seus pedidos na portaria, sem contato.

Foto: Mateus Dantas