O momento enfrentado pelo mundo com a pandemia do novo Coronavírus traz à tona algumas dúvidas e questionamentos sobre a possibilidade de cães e gatos serem infectados ou transmitirem a Covid-19.

A médica veterinária, Helena Rocha, destacou que segundo estudos científicos, esses animais não transmitem o vírus, mas ressaltou os cuidados que as pessoas devem ter com os pets em meio à pandemia.

“As recomendações da Organização Mundial de Saúde são para que os tutores optem por saídas rápidas, recolham os resíduos do animal e quando retornar para casa devem lavar bem as patas do bichinho com shampoo específico para pets e depois secar. Não aconselho o uso de álcool por ser muito agressivo”, disse.

Helena Rocha afirmou que até o momento não existe nenhuma comprovação científica que a COVID-19 possa ser transmitido de humanos para os animais. De acordo com a veterinária, a atual suposição é que o animal possa ser uma fonte de transmissão através dos pelos, pele e mucosas, isso devido o contato com pessoas infectadas. Ela ainda destacou que existe entre os animais dois tipos de coronavírus, os que atinge os felinos e os caninos, e que vacinas para essas coronaviroses já existem no mercado.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) recomendou aos profissionais cautela nas decisões sobre o tema e destaca o papel do médico-veterinário na saúde pública. Para o Conselho não há comprovação científica de que o animal transmita o Covid-19, mas a pessoa infectada, ao espirrar ou tossir, poderá espalhar partículas com vírus na pelagem do animal podendo contaminar outras pessoas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde , a propagação da COVID-19 é resultado da transmissão de humano para humano e reforça que vem monitorando as pesquisas sobre o tema.

A OMS divulgou que não há evidências de que os animais de estimação tenham um papel significativo na disseminação da doença e destaca que não há justificativa para tomar medidas contra animais de companhia que possam comprometer seu bem-estar. Mesmo assim, a recomendação é de que pessoas infectadas evitem o contato com seu pet e também façam quarentena de convivência com eles.

COVID-19: orientações básicas com seu pet

• Lavar as mãos antes e depois de andar com os animais, e depois de manusear alimentos ou suprimentos;
• Higienizar seu pet depois de andar na rua (lembrando que os passeios devem ser curtos e apenas para atender as necessidades fisiológicas do animal);
• Evitar beijar, lamber ou compartilhar alimentos;
• Pessoas infectadas com a COVID-19 devem se manter isoladas do pet.

Preocupada e com dúvidas sobre a relação do coronavírus e seus pets, a jornalista Poliana Costa, vem tomando algumas medidas para evitar qualquer contaminação. Em seu apartamento Poliana tem junto de sua família a companhia de um cachorro, três gatos e três peixes. “O cachorro tem dado uma volta por dia para fazer às necessidades. Quando chego do passeio eu higienizo as patinhas dele, mas confesso que tenho medo de algum contágio. Ninguém sabe como funciona esse vírus”, disse.

Outra preocupação recorrente é sobre quais cuidados tomar com animais vivos ou produtos animais. Mesmo em meio as incertezas, a OMS orienta as pessoas que ao visitar mercados de animais vivos, úmidos ou de produtos de origem animal, devem ser aplicadas medidas gerais de higiene. Isso inclui lavar as mãos regularmente com sabão e água potável após tocar em animais e produtos de origem animal, além de evitar tocar nos olhos, nariz ou boca e evitar contato com animais doentes ou produtos animais estragados.

Abandono de pets

Infelizmente esse ato já é recorrente em Fortaleza mesmo antes da pandemia e que vem sendo tratado pela Frente Parlamentar de Defesa Animal da Câmara Municipal. Relatos de abandonos vem acontecendo devido ao medo da propagação da doença, com isso ressaltamos para a população que não existe relação de transmissão do coronavírus por animais e que os cuidados e a guarda responsável do animal de estimação devem ser necessários.

Foto: Arquivo pessoal

Informações: OMS e Organização Mundial de Saúde Animal