Por um tempo a principal forma de comunicação será o digital; que tal deixar esse ambiente melhor?

09/04/2020 - Rochelle Nogueira

A utilização das mídias sociais, em período de quarentena, se tornou imprescindível. A rede social faz parte do processo de relações humanas em tempos de polarização.

A utilização das mídias sociais, em período de quarentena, nunca foi tão indispensável. Com a necessidade do isolamento social, com o confinamento dos indivíduos em suas casas, o uso das redes sociais e dos aplicativos deixam as distâncias menos doloridas.

Apesar da facilidade de interação, do ato de ter voz e vez em um espaço, mesmo que cibernético, faz com que muitos se coloquem como especialistas e emitam suas opiniões. Em tempos de pandemia, as postagens recebem os mais diversos comentários e, é nesse cabo de guerra entre os que apoiam o distanciamento e os que acham que o novo coronavírus não passa de uma gripe, foi que buscamos a ajuda do psicólogo Fábio Paz (CRP-11/5058) para responder alguns questionamentos sobre os relacionamentos humanos via internet.

Agência de Notícias: Diante de um assunto como o coronavírus, como as redes sociais interferem nos relacionamentos humanos?

Nós observamos que há um clima muito desfavorável ao consenso ou a conciliação nas redes sociais.  O acirramento das posturas diante dessa pandemia, estão muito evidentes devido aos acirramentos de outras ordens, principalmente com essa configuração política, não só de extremos políticos, mas, sobretudo, pelas questões de credibilidade da informação e de postura.

AN: O senhor acha que a internet é o local onde as pessoas que têm a mesma opinião se encontram e formam grupos ligados ao mesmo pensamento?

Muitas pessoas se arvoram em defender as suas opiniões ou acusam quem tem posturas diferentes das suas, pois, de fato, elas querem ser ouvidas, querem ser percebidas e infelizmente muitas acabam pensando que a maneira de sua opinião ser valorizada se dá através do ataque e da acusação. Eu vejo que os relacionamentos sociais, a forma de se expressar nas redes, dá muita visibilidade para aquilo que não requer muita reflexão. Isso nos leva a ter um diálogo raso e fácil de ser contaminado pela raiva e pela ira.

AN: Como o senhor acha que ficarão os relacionamentos após a crise epidemiológica passar?

Independente do resultado da pandemia no Brasil e no mundo, eu não vejo que esse cenário vá ter uma melhora. As relações vêm ficando cada vez mais acirradas. Qualquer tema um pouco mais divergente traz à tona toda essa provocação. Digo que não são todos que são extremistas, tem uns que tem suas convicções, tem opinião, que dialoga, conversa, brinca, faz memes.

AN: Com as informações sobre a crescente do vírus no país, com as relações cada vez mais conflituosas, isso pode gerar reações emocionais?

O distanciamento está causando sim para algumas pessoas reações emocionais. As pessoas estão mais sensíveis, assustadas, e isso pode gerar algumas dificuldades de interpretação, de ansiedade. Neste sentido, nós temos esse fator de isolamento e até de morte, e elas estão sendo afetadas emocionalmente. Nossa esperança é que as famílias desenvolvam estratégias para superar as divergências.

Influenciadores x Coronavírus

Coma a chegada das redes sociais, “pessoas comuns” ganharam notoriedade no mundo business. Opinar sobre produtos, marcas e serviços deram visibilidade às novas celebridades que acabaram ganhando o nome de “influenciadoras digitais“. As empresas passaram a perceber esse nicho e atrelaram suas marcas em troca de propagandas.

Com o mercado em franca ascensão e desenvolvimento, o mundo parou diante de um vírus altamente transmissível. Neste contexto, os influenciadores tiveram que se reinventar na utilização das redes para conversar, entreter o público e continuar propagando as marcas.

Foto de arquivo pessoal.

“Os influenciadores digitais se tornaram fontes de informação e entretenimento nesse período de isolamento social. Com isso, veio o aumento dos números de visualizações, de engajamento e, principalmente de publicidade. Eles se tornaram a solução para muitos negócios que precisam vencer essa crise. E não está errado! A grande questão é saber usar o momento de maneira não apenas estratégica, mas humana. É fundamental que eles continuem usando o espaço não apenas para ser conexão entre marca e consumidor, mas, principalmente, para levar informações qualificadas para sua audiência. O momento pede isso”.

Carolina Barbosa – Especialista em Marketing de Influência

Uma página muito conhecida não só em Fortaleza, mas no Brasil inteiro, é a do Fortaleza Ordinária. Com as sacadas, gírias, sotaques e trejeitos característicos que só o povo cearense tem, o canal é local certeiro para encontrar bom humor e garantir boas risadas.

Com consciência social e comprometimento com a informação, o Fortaleza Ordinária se torna um canal importante de divulgação das as ações estipuladas pelas autoridades para com a sociedade. Atingindo milhares de pessoas, o Fortaleza Ordinária, do idealizador Diego Jovino, cumpre seu papel em meio ao turbilhão de notícias sobre à covid-19.

“Bem no início da pandemia, eu postava muito mais para informar a importância da quarentena, de ficar em casa, algumas vezes de forma descontraída e outras vezes informação pura com números de casos, pessoas que receberam alta. A grande maioria do meu público é a favor da quarentena. Atualmente eu mesclo mais com conteúdos diversos, pois chegou ao ponto de estar todo mundo falando do mesmo assunto e, querendo ou não, a informação já chegou a todos. Já sabem o que tem que fazer. Atualmente diminui na divulgação dos números de morte e casos confirmados, já tem muita notícia pesada e como o meu conteúdo é bem diverso, eu mesclo postagens sobre a pandemia e outras do cotidiano”, disse Diego atentando para o trabalho do canal como conscientizador no processo de prevenção a doença.

Foto: André Lima