Audiência discute como a psicopedagogia pode contribuir para a Educação no município de Fortaleza

18/09/2019 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública nesta quarta-feira (18) para discutir como a psicopedagogia pode contribuir para a Educação no município de Fortaleza, a audiência foi presidida pelo vereador Jorge Pinheiro (DC), que propôs o evento. A mesa de honra foi composta pelo vereador Guilherme Sampaio (PT); Luciana Bem Portela, presidente da Associação […]

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública nesta quarta-feira (18) para discutir como a psicopedagogia pode contribuir para a Educação no município de Fortaleza, a audiência foi presidida pelo vereador Jorge Pinheiro (DC), que propôs o evento. A mesa de honra foi composta pelo vereador Guilherme Sampaio (PT); Luciana Bem Portela, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP) – Secção do Ceará; Andréa Aires Costa, membro da diretoria da Associação Brasileira de Psicopedagogia e Coordenadora do projeto Lumiar; Zeza Weyne, idealizadora o projeto Luminar e atualmente assessora do projeto; Rarismana Andrade, gerente da Célula de Saúde Mental, representando a secretaria de Saúde do Município, Joana Angélica.

Em sua fala de saudação aos presentes, o vereador Jorge Pinheiro disse que o assunto é muito relevante para a Educação do município. “O Legislativo deve sempre acompanhar e propor melhorias para o setor. Espero que tiremos encaminhamentos proveitosos nessa audiencia”, ressaltou fazendo em seguida um histórico de como foi pensada na audiência. “Como presidente da Comissão de Educação, conheci mais de perto a realidade da Educação do município. Muitas coisas precisam melhorar e muito me preocupa a saúde mental, a automutilação e o suicídio que têm aumentado muito em Fortaleza. Passamos a pesquisar diversas ações que pudessem a melhorar a educação. Propomos o Programa Educar para o Sentido, como base na logoterapia, para auxiliar no combate e prevenção do suicídio. Propomos diversos outros projetos à Secretaria de Educação, e fomos interpelados sobre a importância da psicopedagogia nas escolas, então chegamos a noite de hoje”, disse.

Em seguida falou Luciana Bem Portela que disse que a psicopedagogia é promotora de uma aprendizagem efetiva, seja no âmbito clínico e institucional. “A importância da psicopedagogia na rede municipal é uma realidade. A Associação atua no Brasil há 38 anos, e este ano comemoramos 30 anos no Ceará, trabalhando a cientificidade da psicopedagogia. É importante estarmos aqui para reconhecer como essa atividade pode estar atuando na escola pública e como nossos alunos precisam ser atendidos. Acreditamos que a aprendizagem é para todos e por isso estamos aqui pra discutir de forma efetiva e trabalhar pela efetividade da proposta”, pontuou.

Andréa Aires Costa se pronunciou afirmando que este é um momento de discutir ideias que possam facilitar a implementação da psicopedagogia nas escolas. “A psicopedagogia tem seu âmbito preventivo também. O ser humano é um ser social e na escola vemos vários agrupamentos. Agente estuda as modalidades de aprendizagem e vemos quanto elas dependem das modalidades de ensino. Na escola temos os aprendizes, chamados de alunos, que também ensinam. Temos os grupos de professores, diretores, coordenadores e cuidadores. O sujeito só se faz aprendente quando se faz ensinante. Já o psicopedagogo pode entrar nesses grupos como planejador. Pode atuar dentro de um programa de formação, ou atendimento grupal. Trago aqui minha angustia misturada com empolgação. Nós do projeto Luminar sentimos na pele, para atender essa demanda, é altamente louvável estamos aqui discutindo esse assunto”. Frisou.

Zeza Weyne disse que entristece saber que são 250 associados, além dos não associados no Ceará e a assistência na audiência estar representada por apenas 20% desse publico geral psicopedagogo. “Essa audiência foi muito bem divulgada. Tenho certeza se conseguirmos dar um passo a mais para o psicopedagogo atuar nas escolas, todos serão beneficiados. O projeto Lumiar atende alunos da escola pública, mas não consegue fazer o trabalho sozinho. Precisamos garantir que o aluno chegue mais longe que ele possa chegar. Só a educação formal não resolve todos os problemas, e as salas de AEE também não solucionam tudo. Agora chegou a hora de termos o psicopedagogo nas escolas”, atestou.

Em seguida foi apresentado um vídeo do projeto Luminar que foi produzido no ano passado. Logo depois falou a gerente da Célula de Saúde Mental, Rarismana Andrade. “Devemos refletir o que estamos fazendo para garantir o direito ao aprendizado, agradeço por esse momento, que possamos ter um dialogo muito rico para termos encaminhamentos para que a psicopedagogia chegue a todos que precisam.”

O vereador Guilherme Sampaio, em sua fala, destacou que está na Câmara há quatro mandatos e a principal política pública defendida por ele durante todo esse tempo é Educação. “Há 30 anos comecei a trabalhar em creche e vários anos na militância pela educação. É muito bem-vinda proposta do vereador Jorge de trazer esse assunto. Acompanhei nas últimas décadas o financiamento da educação, o processo que criou o piso do magistério e toda discussão para a estruturação do sistema de Educação; o esforço desde o início do processo de redemocratização. E vejo esse momento de vulnerabilidade para essa política. Mesmo assim avalio que há uma evolução na estruturação na Educação em Fortaleza, mas ainda temos muitos problemas. Como encaminhamento proponho a apresentação de um projeto indicativo sugerindo a realização de concurso público,” enfatizou. A palavra foi aberta para a plenária.

Encaminhamentos

Como encaminhamentos foi proposta a formação do grupo de trabalho, com a ABPP, para elaborar um programa para ser apresentado à Secretaria Municipal de Educação, pelos vereadores Jorge Pinheiro e Guilherme Sampaio e a elaboração de um projeto de indicação para que seja realizado um concurso para psicopedagogos pelo município. “Precisamos mostrar que a presença da psicopedagogia é importante nas escolas”, finalizou Jorge Pinheiro.

Fotos: André Lima