Audiência pública é realizada em alusão ao Dia do combate a LGBTfobia

29/05/2019 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública na Praça João Gentil, mais conhecida como Praça da Gentilândia, em alusão ao Dia do combate a LGBTFobia, que ocorre anualmente em 17 de maio. O evento teve como proponente o vereador Ronivaldo (PT), através do requerimento 1911/2019. Ronivaldo, que presidiu a audiência, destacou que a violência […]

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública na Praça João Gentil, mais conhecida como Praça da Gentilândia, em alusão ao Dia do combate a LGBTFobia, que ocorre anualmente em 17 de maio. O evento teve como proponente o vereador Ronivaldo (PT), através do requerimento 1911/2019. Ronivaldo, que presidiu a audiência, destacou que a violência contra os grupos vulneráveis da sociedade, em especial, a população LGBT (Lésbicas, Bissexuais, Travestis ou Transgêneros), impõe a reflexão e ao debate, visando a conscientização e a reivindicação de meios eficazes capazes de prevenir e proteger as vitimas

Segundo o parlamentar, somente no Ceará, no ano de 2017, 30 pessoas da comunidade LGBT foram assassinadas em crimes motivados pela homofobia. “Com esse número o Ceará ocupa o quarto lugar no pais nesse tipo de violência, perdendo para os estados de São Paulo (59), seguido por Minas Gerais (43) e Bahia (35). Em todo país foram 445 assassinatos, o que representa uma morte a cada 19 horas”, revela.

Entende que se faz necessário o enfrentamento ao preconceito e a defesa da dignidade dessa população, cotidianamente massacrada pela sociedade. Ele ressalta que a escolha da Praça da Gentilândia para abrigar o evento decorre de ser um local que é palco das vozes de todas, todos e ‘todes’ [termo usado para linguagem não-binária e mais inclusiva]. A mesa de honra da audiência foi composta por integrantes de movimentos LGBTI+. Os participantes foram unânimes em reafirmar a necessidade de políticas públicas, e a criação de uma rede com órgãos e equipamentos que promova educação, saúde e emprego como forma de inclusão à população LGBTI+.

O vereador Ronivaldo exaltou o papel da Câmara Municipal de levar audiência para a Praça Pública, uma medida que aproxima o povo do Legislativo. Ele destacou que o combate à LGBTFObia não deve ser feito apenas para tratar de morte ou casos de violência, mas da defesa da vida e de seus direitos.

O representante Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), Dario Bezerra, comentou que até o direito ao afeto é negado a essa população. “A gente não sabe sequer quantos LGBT’s foram mortos em 2018 no Ceará, eu gostaria de ter palavras bonitas, felizes, mas infelizmente esse não é nossa realidade”, finalizou. Já o estudante de ciências sociais da UFC, André Fama, argumentou que quando o Estado diz que não existe violência contra a população LGBTI+ torna a luta invisível, aprofunda uma crise que destrói vidas e famílias.

Michele Meira, representando a deputada federal Luizianne Lins, disse que todo movimento que serviu para levantar a luta contra a homofobia precisa estar no sangue de todos, referindo-se aos 50 anos de Stonewall (uma série de manifestações violentas e espontâneas de membros da comunidade LGBTI+ contra uma invasão da polícia de Nova York que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969 nos Estados Unidos. Evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT no país. A vereadora Larissa Gaspar (PPL) também participou da audiência.

Fotos: Evilázio Bezerra