CMFor discute inserção de disciplina de empreendedorismo como componente curricular nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental

27/06/2017 - Felipe Macedo

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou uma audiência pública na manhã desta segunda-feira, 26, para discutir a possível inserção da disciplina de empreendedorismo como componente curricular nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental. A discussão é de autoria do vereador Renan Colares (PDT), autor também do projeto de lei de mesmo nome que atualmente está sendo […]

Audiência pública realizada na CMFor – Foto: Genilson de Lima

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou uma audiência pública na manhã desta segunda-feira, 26, para discutir a possível inserção da disciplina de empreendedorismo como componente curricular nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental. A discussão é de autoria do vereador Renan Colares (PDT), autor também do projeto de lei de mesmo nome que atualmente está sendo analisada pela Comissão de Legislação. No final da audiência, o parlamentar fez um compilado de todas as informações apresentadas e entregou ao Presidente da Comissão que analisa a matéria, vereador Gardel Rolim (PPL).

Renan abriu a audiência pública agradecendo a presença de todos os participantes e ressaltou que o empreendedorismo não está ligado somente a administração de negócios ou empresas, mas também em todos os outros aspectos da vida da pessoa. “A discussão da inserção dessa disciplina vai mudar a vida das crianças. Elas vão vendo na prática a importância de certas matérias, como a matemática. E fora da escola isso vai gerar um debate com pais, mães e amigos e vai transformando as crianças de hoje em bons adultos, produtivos e que fazem a diferença na sociedade e no mercado”, explicou.

Em seguida, Fernando Laureano, coordenador-geral da Associação Jovens Empreendedores (AJE) do Ceará, explicou que por conta da situação que o país se encontra, mais do que nunca é importante a implementação de conceitos do empreendedorismo na população, e que quanto mais cedo for implementado na vida das pessoas, mais fácil será a assimilação, dando exemplo positivo de algumas escolas que implementaram em caráter experimental o empreendedorismo a alunos. Segundo Fernando, o que é ensinado vai além das escolas, refletindo em todo o caráter, ações e atitudes dos estudantes.

“90% do caráter do cidadão é formado até os seis anos de idade e os outros 10% até os 14 anos. Se não trabalharmos a base, então vamos ter problemas no futuro. Vamos tentar ser autor desse processo de mudança. Os alunos estão indo pra casa ensinar os pais, porque lá eles veem ética, cidadania, planejamento financeiro… então daí a importância da matéria de empreendedorismo”, ressaltou.

O Secretário da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico de Fortaleza, Mosiah Torgan, destacou que por conta da situação que o país se encontra, muitas pessoas estão começando a abrir seu negócio para garantir o seu sustento, mas que infelizmente muitos desses empreendimentos acabam se extinguindo em pouco tempo, e que isso é algo recorrente. Mosiah disse que embora a PMF, CMFor e outros órgãos ofereçam projetos e apoio ao empreendedorismo, se a implementação de conceitos do empreendedorismo fosse oferecida já no ensino fundamental, seria melhor ainda.

“Como agir diante do mercado, com fundo de caixa e com finanças é algo que os adultos buscam hoje, mas que poderíamos ensinar também para as crianças, para que elas aprendam também desde já a como serem boas pessoas, produtivas, que fazem a diferença. Por isso a importância de lutarmos ao máximo por isso, ensinar as crianças de hoje para que no futuro elas não tenham o problema de agora”, ressaltou.

O assessor da diretoria da Federação das Industrias do Estado do Ceará (FIEC), Mário Gurjão, também fez uma fala na mesma linha de raciocínio do Secretário Mosiah, e ressaltou que em 2014 e 2015, Fortaleza ficou em penúltimo lugar nos índices de cidade empreendedora. Ele comentou que é preciso urgentemente a implementação de políticas públicas nesse quesito.

“É preciso mudar por meio de política pública, é preciso haver atuação coletiva, porque ninguém vai conseguir resolver esses problemas complexos como é a questão do empreendedorismo. Se o trabalho não resultar em construção e adoção de políticas públicas, iremos a lugar nenhum”, frisou.

Roberta Aleixo, Assessora Especial da Educação Integral da Secretaria de Educação do Município, ressaltou que recentemente foi iniciada a experiência com empreendedorismo nas escolas de tempo integral, e que professores da rede de ensino estão sendo capacitados para efetivamente começar atividades de empreendedorismos com alunos do nono ano a partir de agosto.

“A gente já vem discutindo parceria com as escolas de tempo integral com a AJE, Sebrae e como que podemos estar ampliando e aprofundando ainda mais essa discussão, para de fato começar esse trabalho com nossos jovens que estão sendo atendido nas escolas de tempo integral. O objetivo da educação integral não é só ampliar a jornada para o jovem, mas também oferecer uma melhor educação, para que eles possam sonhar e realizar seus sonhos”, destacou.

Rafael Albuquerque, articulador do Sebrae, explicou que a atualmente a faixa de idade de pessoas que procuram empreender está entre 18 e 34 anos, e que a cada 10 pessoas, 4 já tinham seu próprio negócio ou estavam em preparação do próprio negócio. “As pessoas buscam empreender em suas atividades e esse tema ocupa posição de destaque na vida de muitos brasileiros. Existe uma pesquisa que mostra que um dos principais sonhos do brasileiro é montar o seu próprio negócio”, comentou.

Após a fala articulador, foi apresentado o Programa Nacional de Educação Empreendedora do Sebrae, que utiliza conteúdo de empreendedorismo para capacitar professores de instituições de ensino, tornando eles em protagonista da cultura empreendedora na educação de todos os níveis, capacitando mais de 2 milhões de estudantes e mais de 51 mil professores entre 2014 e 2016.

Encerrando a audiência, Renan agradeceu mais uma vez a presença de todos e comentou que seu projeto de lei se encontra na Comissão de Legislação para ser apreciado e que compilou os principais dados da audiência para apresentar ao Presidente da Comissão para que ele veja também a importância da apreciação e possível aprovação da matéria. “Já liguei pra ele, mandei mensagem pra ele, falei da importância do tema e que tivesse celeridade nisso. A Câmara Municipal de Fortaleza está sempre aberta ao debate e diálogo, para fazer uma cidade ainda melhor”, concluiu.

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