Vereador Julierme Sena denuncia assédio moral em delegacia

09/05/2019 - Câmara Municipal de Fortaleza

O vereador Julierme Sena (PROS), durante o grande expediente da sessão ordinária desta quinta-feira (09), denunciou o assédio moral sofrido por um policial civil em uma delegacia de Fortaleza. Segundo o parlamentar, embora tenha uma boa relação e amizade com vários delegados, não poderia ficar calado diante de ameaças, assédios, constrangimentos e abusos de autoridades. […]

O vereador Julierme Sena (PROS), durante o grande expediente da sessão ordinária desta quinta-feira (09), denunciou o assédio moral sofrido por um policial civil em uma delegacia de Fortaleza. Segundo o parlamentar, embora tenha uma boa relação e amizade com vários delegados, não poderia ficar calado diante de ameaças, assédios, constrangimentos e abusos de autoridades. “Ontem, aconteceu um fato lamentável na Delegacia do 17º DP na Vila Velha, Barra do Ceará. O delegado Carlos Eduardo humilhou, distratou um colega de profissão e praticamente o escorraçou do seu local de trabalho”, disse o parlamentar.

Segundo ele, o policial após o ocorrido, ainda atordoando, procurou a Associação dos Profissionais de Segurança (APS) entidade que defende policiais. Lá, ele teve o suporte jurídico e psicológico. “Eu estava no plenário da casa e tive que sair para atender o colega até a Corregedoria-Geral de Polícia (CGP). Conforme o depoimento dele, por volta das 8h30, o referido delegado o chamou no seu gabinete e sem motivo nenhum o distratou, chamando-o de inútil e mandando que o mesmo sentasse contra sua vontade. Depois mandou o policial sair da delegacia dizendo: saia da minha delegacia seu inútil, vá embora”.

Para Julierme o delegado cometeu no mínimo o crime de assédio moral, “a Delegacia é do povo e não do delegado Carlos Eduardo. O Policial disse, ainda, que o delegado estava o aguardando na delegacia para autuá-lo em flagrante. Ora, não cabe flagrante entre dois funcionários públicos no exercício das funções. E para completar a denúncia, o Policial afirma que esse tratamento descortês é tanto para o servidor público quanto para o público externo. Quero apenas lembrar ao delegado que o salário que ele recebe é pago pelo contribuinte. Ele tem que ter zelo e respeito pelas pessoas”, ressaltou.

Em aparte, o vereador Sargento Reginauro (sem partido) lamentou o ocorrido e disse que essa postura arrogante é cometida por alguns delegados, que não respeitam os colegas. “Essa postura tem que ser repudiada mesmo. Falo aqui como presidente da APS. Vamos acompanhar o caso, porque a CGB tem que agir com o mesmo rigor que prática quando a denúncia é contra um policial ou inspetor. Vamos ver como vai se portar diante dessa postura do delegado. Essa questão não pode ficar apenas na esfera administrativa não, os gestores têm que se posicionar”.

Para concluir, Sargento Reginauro disse que o delegado foi mais além, ao informar ao policial que este poderia relatar o assunto para o Delegado Geral e para a CGB. “Olha a desídia do delegado para com os órgãos correcionais. Recebi informações que o delegado Carlos Eduardo vem fazendo coisas absurdas. Na semana passada prendeu quatro cidadãos, entre eles uma senhora e uma pessoa inimputável. Ele rasgou o código penal”, comentou.

“Domingo houve uma briga generalizada entre vizinhos. Um idoso no calor da confusão caiu e fraturou o braço. A Polícia foi acionada fez a contenção e dispersou as pessoas. Só que na segunda-feira o delegado Carlos Eduardo, por volta das 11 da manhã determinou uma equipe para buscar todos os envolvidos. Só há flagrante quando há perseguição seguida. A ocorrência foi interrompida. Ele mandou prender pessoas inocentes. Como fica a parte psicológica das pessoas? O Juiz reverteu a decisão e relaxou as prisões”, frisou.

O vereador Julierme Sena disse que não tem medo do delegado e não depende dele pra nada. “Quero ver esses fatos sejam apurados com todo rigor. Se o delegado cometeu algum desvio de conduta, ele tem que ser punido exemplarmente. Outra informação que recebi, é que a viatura publica descaracterizada que fica com o delegado, estaria sendo utilizada para fins de interesses pessoais, entre elas para deixar o filho na escola, fazer o mercantil e passear com afamilia. Se essa denúncia for comprovada se caracteriza como improbidade administrativa.

O vereador Eron Moreira (PP) parabenizou o pronunciamento e pediu que o vereador Julierme traga as denúncias para a Comissão dos Direitos Humanos para que a mesma possa encaminhar as denúncias para o Governo do Estado.

Foto: Érica Fonseca