Vereador Edmar Freitas lança na Câmara o livro “Ensaios sobre o Sertão”

31/10/2018 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza sediou nesta quarta-feira (31) o lançamento do Livro “Ensaios sobre o Sertão”, de autoria do vereador e poeta Francisco Edmar Freitas (PRP). O evento, presidido pelo próprio vereador. contou com a presença do escritor Juarez Leitão, que fez a apresentação da obra; de Roberto Rios, secretário-executivo da Regional VI; de […]

A Câmara Municipal de Fortaleza sediou nesta quarta-feira (31) o lançamento do Livro “Ensaios sobre o Sertão”, de autoria do vereador e poeta Francisco Edmar Freitas (PRP). O evento, presidido pelo próprio vereador. contou com a presença do escritor Juarez Leitão, que fez a apresentação da obra; de Roberto Rios, secretário-executivo da Regional VI; de Seridião Montenegro, presidente da Academia Fortalezense de Letras e do vereador Josenias Gomes.

Em seguida a palavra foi dada ao poeta e ex-vereador de Fortaleza, Juarez Leitão, que fez a explanação sobre o autor e sua obra literária “Ensaios sobre o Sertão”. “A Câmara promove nessa noite um encontro literário. Essa Casa, ao longo de sua história, desde 1947, teve entre os seus membros muitos escritores, que sentaram em suas galerias, entre eles: Aldenor Nunes Freire, Américo Barreira; José Cláudio de Oliveira: Denisar Assêncio; J.C de Alencar Araripe; Caio Cid; Luciano Barreira, Vinicius Barros Leal, Dorian Sampaio, Ivan Montenegro, Ubiratan Aguiar Barros Pinho; Marcos Fernandes; Juares Leitão; Artur Bruno;, Francisco Caminha e agora esse filho de Limoeiro do Norte, Edmar Freire”.

Edmar chegou a Fortaleza nos idos dos anos 70, trazido pelos ventos fortes do baixo Jaguaribe que parece fazer bem a literatura brasileira. Vinha das águas barrentas, da serra da Micaela e das canções peregrinas, acrescidas sempre de seu toque pessoal. Vinha da poeira das ruas, das praças de Limoeiro, das cores que se impregnam em nós e passam a fazer parte da nossas atividades criadoras”.

“Em Messejana, antiga Paupina, ele se encantou-se e encantou encantos; espalhou afetos e ternuras, no sítio Alagadiço Novo e no engenho do Padre Alencar, gerou filho querido. Iniciou na literatura com Janela do Tempo, em 1988, atingiu 25 livros publicados. Pela qualidade de sua produção vem sendo distinguido com vários prêmios literários. Nesse seu novo livro Ensaio sobre o Sertão. Ele apresenta com arte as cenas bucólicas, o cheiro, as cores, as dores, a emoção espontânea, o mandacaru, o sol, o sertão enfim. Menino de capoeira, ele foi testemunha ocular do verão abrasador e das chuvas torrenciais”

“Eu sua poesia, ele fala da sua terra esquecida pelo inverno de março e da seca que era a mesma que reclama e encarde os risos das mulheres e enruga a face dos homens (…). Os olhos do poeta Edmar trazem lembranças, que ele vai soltando pouco a pouco nas páginas de suas obras. São muitas reminiscências. Das visagens das almas do outro mundo, das conversas do pé da noite. Todas essas coisas ele traduz em poesia do mais alto quilate.  Meus amigos, a poesia é oficina onde se reinventa a vida, mensageira do melhor sentimento e das emoções altivas, traz na mão o acalanto da vida ou punhal da vingança. A poesia é o retrato fiel da mímica da natureza humana e paixão, ventura e desventura, fantasia e fatalidade. Transportadores são muito perigosos, pois na trincheira de seus versos pode trazer a luz, constituir o perdão, desentortar esquinas, abrir becos sem saídas, voltar o arco da velha, rebuscar caminhos e horizontes”.

“A poesia é a paixão. É o canto irresistível da sereia e a saudade épica de Penélope, o amor de Romeu e Julieta e o chamego interracial de Ceci e Peri. Por isso a poesia é tão fascinante, é eterna e merece o respeito e a devoção de todos. Sejam bem-vindos a poesia de Edmar Freitas e a essa nova viagem que na certa faremos com mais essa obra de sua autoria”, concluiu.

 

Em seguida o autor da obra fez seus agradecimentos: “Estou vereador aqui após 30 anos, e não poderia deixar de lançar um livro durante período que estou nessa casa. Aliás lancei um outro, em 2007 intitulado ‘Estiagem’. Há muito venho tentando fazer um livro só com uma temática e agora consegui fazer este, que fala sobre o sertão. Quem for sertanejo vai se identificar e quem não for vai ter vontade de conhecer. Queria agradecer a todos presentes. Nesses quatro meses que estou aqui venho lutando pela cultura e apresentado novos projetos. Refiz a lei do Prêmio Cidade Fortaleza de Literatura. Toda grande cidade tem um prêmio literário e nossa cidade merece ter também essa distinção. Quero dizer que estou trabalhando mais três livros. Teremos mais três anos para convidá-los para os lançamentos deles. Graças a Deus tenho obras inéditas que serão em breve conhecidas de vocês. A todos meu muito obrigado!”, finalizou. Em seguida aconteceu a sessão de autógrafos no hall do auditório para os convidados.

Perfil

Francisco Edmar de Freitas nasceu no dia 03 de Abril de 1954 na cidade de Limoeiro do Norte – Ceará, filho de Felipe Alves de Freitas e de Francisca Fernandes de Freitas. O Poeta Edmar Freitas, como é conhecido, atua fortemente através da cultura e da dedicação às causas sociais e ao movimento comunitário em prol da comunidade.

Em 1970, embarca para Fortaleza aos 15 anos de idade, vindo ajudar o seu Pai que trabalhava na capital, como muitos outros sertanejos que para lá ascenderam. Ao relembrar esse momento, o Poeta sempre afirma que sua adolescência durou o tempo de viagem entre sua terra natal e a grande metrópole, pois no momento que pisou na calçada da Matriz de Messejana passou a se dedicar arduamente a família junto de seu pai, mãe e irmãos.

Em 1985 inicia mais uma missão em sua vida. Funda junto com outros companheiros e companheiras a Associação de Moradores do Bairro Sitio São José, comunidade onde reside há 42 anos. Na época, cidadãos indignados com a situação de abandono do lugar se uniram e passaram a coordenar um dos primeiros movimentos comunitários de Messejana contra a inépcia política que atrasava o acesso do povo aos serviços públicos.

O Poeta Edmar Freitas inicia então sua luta comunitária sempre ao lado da população, criando, por exemplo, o movimento de conquista pela Drenagem e Urbanização do Sitio São José, um dos principais feitos do trabalho liderado pelo Poeta, que também atuou na busca da pavimentação de várias ruas, melhorias no transporte público, dentre outras.

Graças ao fortalecimento desse trabalho junto com outros funda a Associação de Moradores de Messejana – AMME, principal entidade de atuação nas melhorias ocorridas no bairro, como a Urbanização da Lagoa de Messejana, conquistada com a assinatura de mais de 10.000 pessoas em campanha organizada por tal Associação.

Com essa atuação, o Poeta Edmar Freitas segue o conselho de muitos de seus companheiros e coloca seu nome nas disputas eleitorais desde então. Permanece na militância política, mas se volta também para o seu lado cultural. Forma-se em 2002 no curso de Letras da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Contudo, desde 1988 pratica seu aspecto literário, já tendo lançado os seguintes livros:

1988 – Janela do Tempo (Poesias);

1994 – Versos Jaguaribanos (Poesias);

1999 – Tempo: A dor da Memória (Poesias);

2000 – Messejana – Um lugar mágico (História);

2001 – A Lagoa Misteriosa (Infantil);

2001 – O Porteiro da Lua (Infantil);

2001 – O segredo das cigarras (Infantil);

2001 – A Escada Mágica (Infantil);

2002 – O Menino que Via Quadrado (Infantil);

2002 – O gafanhoto canhoto (Infantil);

2002 – Os mistérios do vento leste (Infantil);

2002 – Mexerica e os Espantalhos (Infantil);

2003 – Poemas de Amor a Messejana (Poesias);

2008 – Estiagem (Poesias);

2010 – O Dragão Chorão (Infantil);

2010 – A Árvore que tocara realejo (Infantil);

2010 – O Menino e o tempo (Infantil);

2010 – O caçador de botijas (Infantil);

2010 – Messejana – Um lugar mágico / 2ª Edição (História);

2010 – Poemas de Amor a Messejana / 2ª Edição (Poesias);

2011 – Messejana: Itinerário Político e Administrativo (Historia);

2012 – Espólio (Poesias).

2013 – Francisca Fernandes de Freitas: Uma cidadã jaguaribana (Biografia)

2013 – Lonjuras (Poesias)

2014 – Verso de Abril (Poesias)

2014 – Messejana (História)