Câmara realiza sessão solene para a entrega da Medalha Boticário Ferreira à Toinha Rocha

18/10/2018 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, nesta quinta-feira (18), Sessão Solene para a entrega da Medalha Boticário Ferreira à Antônia Guedes Cabral Aguiar Rocha (Toinha Rocha). A comenda foi proposta pelo requerimento 2936/2018 de autoria do vereador Edmar Freitas (PRP), que presidiu a sessão, no ato representando o presidente da CMFor, vereador Salmito Filho (PDT). […]

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, nesta quinta-feira (18), Sessão Solene para a entrega da Medalha Boticário Ferreira à Antônia Guedes Cabral Aguiar Rocha (Toinha Rocha). A comenda foi proposta pelo requerimento 2936/2018 de autoria do vereador Edmar Freitas (PRP), que presidiu a sessão, no ato representando o presidente da CMFor, vereador Salmito Filho (PDT).

A mesa dos trabalhos contou com as presenças de: Adísia Sá, jornalista; Rosânia Ramalho, representando a Prefeitura Municipal de Fortaleza; Bárbara Dantas, representando os Protetores de Animais de Fortaleza (Abrigo São Lázaro); Germana Soares, ex-vereadora de Fortaleza e o vereador Renan Colares.

Em sua saudação à homenageada e aos presentes, o vereador Edmar Freitas destacou as qualidades de Toinha, “uma mulher de luta, com trabalhos efetivos conhecidos em toda cidade. Ela herdou do seu pai Paulino Rocha a garra e determinação e a sinceridade de dizer as verdades. Participou de lutas por melhores condições de trabalho, militou na politica estudantil participou do MR8. Advogada por formação, sempre exerceu suas funções de forma digna e com dignidade, talhada na luta em defesa dos menos favorecidos, moradores de rua e pessoas que se sintam injustiçadas.  Nesse quesito ela é incansável”, disse.

“Ela então, buscou o caminho da política. Já em 2004 iniciou a luta, não conseguiu, mas em 2008 obteve a primeira suplência, assumindo em alguns meses o mandato. Ela deu mostras e capacidade de trabalhar, inovar e tornar concretas suas ideias. Não satisfeita com o muito que fez em pouco tempo, ela se candidata em 2012, obtendo a vitória consagradora”.

“Ela propôs inúmeros projetos de cunho social e participou de todas sessões de forma proativa. Participou de diversas comissões com destaque a do Consumidor. Esteve liderando várias frentes, como a de defesa dos animais, da mulher, da criança e do adolescente. Não satisfeita em trabalhar pela população, ela aceitou a ficar a frente da Coordenadoria da Defesa Animal, com o desafio de implantar a recente política no município”.

“Ela é forte como uma Rocha e essa condição traz no seu nome. Polivalente como diz sua filha, ela é especial, tem coragem de Barbara de Alencar, a valentia de Jovita Feitosa, a sensibilidade de Raquel de Queiroz e sede da justiça de Maria da Penha. Para mim ela é uma mulher de muito valor. E com apoio dos meus pares, tomei a iniciativa de homenageá-la consciente que ela muito fez por essa amada cidade de Fortaleza.

Após receber a comenda, Toinha fez seus agradecimentos. “Eu não escrevi discurso, creio que furei a fila, mas aprendi que agente deve fazer hoje, pois  não sabemos se teremos o amanhã. Fui fruto de um amor proibido. A família tradicional queria que minha mãe me abortasse. Tantas vezes falei nessa tribuna. Meu pai um jornalista, comentarista famoso, minha mãe se apaixonou por ele, e eu não poderia nascer. Porque um amor proibido não podia ter um fruto?”

“Meu pai Paulino e minha mãe Aurinete. Muitos falam dele, mas minha mãe foi guerreira, colocou os filhos para estudar, ajudou os irmãos, e ela dizia que a moça que se perdia, era expulsa de casa. Minha mãe foi morar no Bom Pastor, depois conheceu meu pai, viveram 14 anos, não podia ter filhos. Ela começou a sentir coisa estranha, uns diziam que ela estava grávida e outros que era gravidez psicológica. No dia 8 de março de 1963, nas badaladas da Igreja do Patrocínio, na Maternidade César Cals, nasceu uma menina, fruto de um amor proibido. Minha mãe fugiu comigo para Recife, me registrou como filha de mãe solteira. Quando nasci queriam me tomar de minha mãe”, enfatizou.

Toinha contou sua história como estudante, militante e como política. Ela se emocionou ao falar da filha biológica Lígia e do filho adotivo Gabriel, cuja mãe era dependente química, tinha HIV, entre outros problemas. “Mas ele nasceu sadio e tem muita energia”, disse. Ela fez uma homenagem ao Fortaleza Esporte Clube pelos 100 anos. Homenageou os colegas do 7 de Setembro.

E em seguida, ela se dirigiu à sua família: aos filhos Lígia e Gabriel e a sua companheira Ágata. “O que dizer de ti. Você pode me ver do jeito que quiser, não farei esforço te contrariar, nunca te desejei  machucar, pois gosto de rosas. Sou feita de amor da cabeça aos pés, e por isso sou só amor”, finalizou.