Situado ao sudoeste de Fortaleza, o bairro Bom Jardim faz divisa com os bairros do Conjunto Ceará, Siqueira, Bom Sucesso e com o município de Caucaia, abrigando uma população estimada de 41 mil pessoas. O surgimento do bairro tem uma relação muito forte com o desenvolvimento da Capital cearense, que entre os anos de 1950 e 1960, registou um aumento da população com o surgimento dos loteamentos de terra para atender a demanda por moradia com o “êxodo rural”.

Motivo que deu origem ao bairro do Bom Jardim, que começou com um empreendimento imobiliário da família Frota Gentil, destinado aos sertanejos que trocavam a agricultura pelo trabalho na indústria e em outras atividades urbanas. Com isso, o território ganhou características residenciais, e que ao longo dos anos recebeu melhorias na infraestrutura bem como a construção de diversos conjuntos habitacionais.

Com acesso principal pela Avenida General Osório de Paiva e cortado por vias que levam de uma ponta a outra quem transita pelo bairro, o Bom Jardim é conhecido pelos movimentos populares e o protagonismo nas lutas por acesso à cidadania. Esses bairros, embora não muito afastados do coração da cidade, eram distantes quanto ao padrão urbano em relação ao centro e seus arredores, mas com o desenvolvimento local foram moldando uma dinâmica particular.

O crescimento do Bom Jardim também se mistura com a história de bairros vizinhos (Siqueira, Canindezinho, Granja Lisboa, Granja Portugal), juntos formando o Grande Bom Jardim. A história do bairro também tem relação com a convivência dos moradores nos espaços públicos como é o caso das praças das Igrejas de Santo Amaro e Santa Cecília.

E quem conhece o Bom Jardim, também tem como referência a avenida Oscar Araripe, sendo a primeira via aberta e hoje o principal corredor do bairro. O bairro ainda é cortado pelo Rio Maranguapinho e tem ainda a Lagoa da Viúva, que concentram diversos conjuntos habitacionais. Extensas ruas, com em média quatro quilômetros cada, interligam as várias comunidades do Grande Bom Jardim de leste a oeste. A rua Oscar Araripe é um dos maiores corredores do comércio local e dos serviços, com trânsito de carros escoando no sentido nascente-poente. Outra rua é a Oscar França, predominantemente residencial.

Existe ainda rua Urucutuba, que também reúne o Conjunto Habitacional Estrada da Urucutuba, e a rua Estrada do Jatobá. De leste a oeste existem as ruas Bom Jesus, Nereide e rua Fernando Augusto, onde ficam localizado alguns dos núcleos dos movimentos sociais da região.

Muitas são as instituições que exercem trabalho dentro da comunidade, dentre elas, a Associação Sociocultural do Bom Jardim, que desde 2015 vem promovendo o acesso à cultura e lazer para crianças e adolescentes da região. Idealizada por George Marconi Sousa Silva e um grupo de amigos, a entidade oferece oficinas de Balé, Dança Tradicional Popular, Funcional, Letramento, Ritmos e Teatro.

Um dos destaque do projeto é a quadrilha junina infantil “Meu Dengo”. Criada em 2018, o grupo tem como foco o resgate das culturas tradicionais e populares do nosso Estado. A junina é formada por crianças e adolescentes do Coletivo Giro Manhã de Arte e Cultura, originado das oficinas da ASCBJ. Outras instituições atuantes na comunidade são o Movimento de Saúde Mental, o Centro Cultural do Bom Jardim, o ABC, CRAS Bom Jardim, IGUC-Instituto de Grupos Unidos do Ceará.

Comprometimento retrata a relação do Bom Jardim com o desenvolvimento da Capital. Região que remete as lutas da população no acesso à cidadania e da efetivação da atuação do poder público na periferia.

“Nosso bairro, nossa Câmara”

A região recebe a 4ª edição do projeto “Meu bairro, nossa Câmara” neste sábado, 16 de setembro. Com a proposta de ouvir e dialogar com a população sobre as demandas locais, a Câmara Municipal de Fortaleza vai estar na Praça Santa Cecília, no bairro Bom Jardim, das 8h às 13h.

Fonte: Coleção Pajeú

Foto: PMF