Conquistas femininas e a participação na política

08/03/2023 - Rochelle Nogueira

O dia 8 de março foi fixado no calendário mundial durante a realização em um congresso na Dinamarca, que instituiu o dia para representá-las e proporcionar uma análise mais aprofundada sobre os avanços das mulheres na sociedade.

Enfrentando cenários adversos de desigualdade, seja na divisão de tarefas domésticas, nos salários no mercado de trabalho ou até no acúmulo de jornadas, as mulheres representam a maioria da população brasileira (51,8%), segundo IBGE.

O mês março é o marco histórico dessa luta por maiores oportunidades e reconhecimento, as conquistas feminina se reflete nas primeiras manifestações em busca por direitos igualitários. O avanço do movimento do gênero teve início em 8 de março de 1857, quando trabalhadoras fizeram greve em uma indústria têxtil na cidade de Nova Iorque por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos trabalhistas.

No Brasil não foi diferente, as mulheres precisaram reivindicar melhorias no trabalho e na sociedade. Na política, as mulheres brasileiras só tiveram direito ao voto no ano de 1932, no governo de Getúlio Vargas. Passados 91 anos do direito adquirido, a representação feminina ainda é bem inferior à de homens. Em números gerais, 51,8% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres, que, diante da maioria do eleitorado nacional, não são representadas em maior quantidade nas cadeiras do parlamento, o que demonstra total dominação masculina na esfera política.

Representando mais da metade dos brasileiros, as mulheres ainda ocupam poucos cargos na política brasileira. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, menos de 15% do público feminino ocupa cargos eletivos no Brasil.

Apesar de ainda ser minoria na política, as mulheres têm mostrado que são capazes de ocupar cargos de destaque na política nacional. Elas precisam, no entanto, de mais apoio para seguir lutando pelos seus direitos.

Conquista do voto feminino

Em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar e ser eleitas. Após décadas de luta, as mulheres conseguiram mostrar ao país que eram capazes de exercer os mesmos direitos que os homens.

A conquista do voto feminino foi um marco importante na história, pois permitiu que as mulheres participassem da vida política do país. Além disso, o direito de voto feminino ajudou a mudar a imagem das mulheres no Brasil, que passaram a ser vistas como cidadãs iguais aos homens.

Primeira presidente da Câmara Municipal de Fortaleza

Íria de Almeida Férrer, eleita vereadora em 1982, ano que a Câmara Municipal de Fortaleza passou a contar com número maior de mulheres: Ivone Melo, Maria José, Íria Férrer e Nildes Alencar.

Primeira vereadora de Fortaleza eleita

Maria de Jesus Melo da Ação Integralista Brasileira (AIB) foi eleita a primeira vereadora de Fortaleza eleita em 1936. Os fortalezenses constituíram a educadora vereadora da Câmara Municipal Municipal com 218 votos.

Primeira mulher prefeita de Fortaleza

Maria Luiza Fontenele foi eleita prefeita de Fortaleza no ano de 1985. Sua vitória configurou na maior surpresa eleitoral da história política da cidade. Nesse sentido, a socióloga Maria Luiza foi a primeira mulher eleita prefeita de uma capital do Brasil.

Maior bancada de vereadoras eleitas

Nessa conjuntura de crescimento das mulheres e das lutas diárias em busca de igualdade, de espaço, salário e de voz ativa, a Câmara Municipal de Fortaleza vem repercutindo esse avanço a cada pleito. Em 2020, a Casa Legislativa formou a maior bancada de vereadoras tendo 8 parlamentares eleitas. O número representa 18,6% do quadro de vereadores.

Ainda nessa conjuntura, a quantidade de candidaturas femininas para o mandato no Legislativo em 2020 registrou um aumento relativo de 7,1% no número de mulheres que almejavam se tornar vereadoras em relação à última eleição.

Curiosidades

  • 1910 – O primeiro partido político feminino é criado
    No Rio de Janeiro, o primeiro partido feminista do país foi criado pela sufragista Leolinda de Figueiredo Daltro (1860-1935) com o objetivo de mobilizar as mulheres na luta pelo direito ao voto.
  • 1933 – Eleição de uma parlamentar mulher
  • Nas eleições para a Assembleia Constituinte, foi eleita pelo estado de São Paulo a primeira deputada federal brasileira, Carlota Pereira de Queirós, era a única representante do sexo feminino entre os 254 deputados.
  • 1962 – Criação do Estatuto da Mulher Casada: Em 1962 foi permitido que mulheres casadas não dependessem mais da autorização do marido para trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a oportunidade de pedir a guarda dos filhos em casos de separação.
  • 2021 – É criada lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher: A Lei 14.192/21 estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher ao longo das eleições e durante o exercício de direitos políticos e de funções públicas.

Arte: SG Propag