Quase 10 mil pacientes com distúrbios da tireoide são acompanhados por especialistas nas Policlínicas

05/12/2022 - Ana Clara Cabral

Para receber atendimento é preciso buscar os postos de saúde e então receber encaminhamento para consulta com especialista.

Atendimento médico - Foto: PMF

Pessoas que precisam de assistência de distúrbios da tireoide podem contar com os serviços da Prefeitura de Fortaleza. O Município conta com médicos especialistas em endocrinologia, que realizam o acompanhamento de cada paciente nas Policlínicas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o primeiro passo, em caso de suspeita de alguma disfunção da tireoide, é procurar atendimento na Atenção Primária, em um dos Postos de Saúde. Após consulta e exames iniciais, o encaminhamento é realizado para a rede especializada, para que seja possível diagnosticar o quadro e definir o tratamento mais adequado.

“De janeiro a outubro deste ano, 9.863 pacientes foram atendidos e passaram a ser acompanhados periodicamente por endocrinologista em uma das quatro Policlínicas do município”, informa a SMS. São elas: Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso, Policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues, no bairro Jóquei Clube, Policlínica Dr. João Pompeu Lopes Randal e Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele, ambas no bairro Passaré.

O que é a tireoide?

É uma glândula presente na região frontal do pescoço, responsável pelo equilíbrio do metabolismo no organismo e por diversas funções de órgãos e tecidos do corpo, como temperatura, respiração, dentre outras.

Disfunção da tireoide

É um problema endócrino relacionado à alteração dos hormônios no organismo, chamados de T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina), podendo comprometer a saúde cardíaca, ciclo menstrual, peso, capacidade de concentração, musculatura, intestino, humor e intensificar sintomas psicológicos, como depressão, ansiedade e insônia.

Hipertireoidismo x Hipotireoidismo

Hipertireoidismo é quando há um excesso de produção do hormônio no organismo. Já o hipotireoidismo, quando a produção do hormônio é insuficiente. Na maioria dos casos, a condição se dá a uma resposta inflamatória chamada de Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, em que o organismo produz anticorpos contra a glândula e diminui a sua capacidade de produção.

Como saber se há alteração na glândula?

É necessário realizar consulta com um médico endocrinologista, que solicitará exames de sangue, físicos e ultrassonografia da região do pescoço para um diagnóstico mais preciso.

No hipertireoidismo, os principais sintomas são alterações no ritmo cardíaco (arritmia, taquicardia ou palpitações), insônia, sensação de cansaço, ansiedade, perda de peso, dentre outros. Já nos casos de hipotireoidismo, o paciente apresenta alguns sintomas como sonolência, dores nas articulações, lapsos de memória, depressão, palidez, baixa libido e aumento de peso sem motivo aparente.

As causas são relacionadas a uso de medicamentos, transtornos autoimunes ou de ordem congênita, porém alguns maus hábitos podem prejudicar o equilíbrio da glândula, como sedentarismo, baixa ingestão de iodo, estilo de vida estressante, consumo exagerado de cafeína, tabagismo e baixa ingestão de gorduras saudáveis.

Câncer na tireoide

A primeira suspeita é através do aparecimento de um bócio na região do pescoço, formando um caroço visível na região e que pode vir acompanhado de nódulos, causando desconforto, tosse e rouquidão em alguns casos. O diagnóstico do bócio é feito primeiramente com a avaliação de histórico familiar, seguido de exame de toque e de sangue. Para detalhes mais específicos, recomenda-se a cintilografia, a ultrassonografia e a biópsia do nódulo.

Tratamento

No caso do hipotireoidismo, o tratamento envolve a reposição do hormônio T4 (tiroxina) de forma sintética. Já no hipertireoidismo, costuma-se usar medicamentos para interromper os efeitos ou a produção dos hormônios tireoidianos ou a remoção cirúrgica da glândula (total ou parcial). Em ambos os casos é necessário o acompanhamento a longo prazo.

Quando se trata de um câncer da tireoide, o tratamento varia conforme o tipo e estágio do tumor. Pode ainda ser necessária a extração total da glândula, em caso positivo para câncer, e o acompanhamento semestral ou anual, de acordo com a gravidade, durante toda a vida do paciente, com exames regulares e medicação.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

Foto: PMF