Cartilha de prevenção a mutilação e ao suicídio comemora um ano de bons resultados

26/09/2022 - Câmara Municipal de Fortaleza

A cartilha objetiva colocar o assunto suicídio em pauta, e auxiliar os pais, educadores e sociedade em geral, a enfrentar a problemática.

Cartilha saúde mental - Foto: Érika Fonseca

A Câmara Municipal de Fortaleza comemora, no próximo dia 28 de setembro, um ano do lançamento da cartilha “Viver com Alegria – Prevenção da Automutilação e do Suicídio Infanto-juvenil”, de autoria das profissionais de saúde, Kaliny Oliveira (Psicóloga); Ana Paula Brandão (enfermeira) e Perpétua Thaís Quental (Médica), com apoio do Legislativo Municipal. A cartilha é uma ferramenta de educação e saúde que vem sendo trabalhada no SUS, enquanto política pública pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, contribuindo assim com a manutenção da saúde mental de crianças e adolescentes da Capital.

Conforme o presidente da Câmara Antônio Henrique (PDT) abordou na apresentação da publicação, que a cartilha objetiva colocar o assunto suicídio em pauta, e auxiliar os pais, educadores e sociedade em geral, a enfrentar a problemática. A psicóloga Kaliny Oliveira pontua que a cartilha vem sendo utilizada na estratégia especializada de saúde mental de crianças e adolescentes, mas ela pode ser utilizada também na atenção primária, nas unidades básicas de saúde e nas escolas.

“Temos presenciado um perfil numeroso de pré-adolescentes e adolescentes se machucando, entrando em desafios, se cortando, com muitas tentativas e ideação de suicídio e nós estamos falado da importância de perceber que criança também fica deprimida. A cartilha faz um convite que os pais, profissionais, educadores tenham mais atenção a essas questões. Ela aponta os principais sinais, os principais gatilhos e quem são os vilões em saúde mental que prejudicam o desenvolvimento e corrobora com o sofrimento. Essa criança muitas vezes dentro de um contexto de adversidade familiar, de território, da comunidade, de vulnerabilidade emocional, de círculo social, vem desenvolvendo quadros mais graves. Mas se ela for acolhida e prevenida, não terá um prognóstico tão negativo em seu desenvolvimento”, pontua

Kaliny destaca ser importante enfatizar que o cuidado com a criança e adolescente que está em desenvolvimento deve ser compartilhado como responsabilidade de toda a rede, incluído os setores de Saúde, Arte, Cultura, Lazer, Educação, Assistência Social, para que as políticas públicas sejam mais efetivas em cada fase de desenvolvimento. Entende que um grande fator de risco são as experiências adversas dentro da própria família, entre elas, as condições de moradia, condições de saneamento, pais com transtornos mentais, estresse, fatores que podem ser adoecedores se forem sustentados e contínuos.

A psicóloga observa que a criança, o pré-adolescente e o adolescente que estão em desenvolvimento, precisam de uma base familiar segura e sustentada para se ter um pleno desenvolvimento. “Então, as necessidades básicas são fundamentais para que elas possam ter uma saúde mental. A cartilha traz essa orientação de como trabalhar com criança, pré-adolescente e com o adolescente, como orientar as mães sobre o que ela pode  fazer se observar algum sinal diferente; como os profissionais podem manejar essa situação dentro dos próprios equipamentos de saúde. Porque a cartilha, como falei, não é para ser utilizada só no CAPS, mas pode ser utilizada como prevenção nas escolas, na atenção primaria e em outras atividades onde a criança tenha oportunidade de ir se trabalhando junto com as famílias,” frisou.

“Quando nós desenvolvemos um material como esse foi pensando ser trabalhado na rede de uma forma geral e não somente na atenção especializada, que é representada pelo CAPS. Fazemos todo esse movimento na rede para que a família e que mais adolescentes e pré-adolescentes seja informados, sejam cuidados e tenham a oportunidade de falar sobre o que está acontecendo com alguém que pode ser a mãe, o professor, um profissional. Isso é um cuidado compartilhado,” finalizou.

A cartilha

A Cartilha traz de maneira didática, com gravuras bem trabalhadas e diagramação leve, temas como: a compreensão do desenvolvimento infanto-juvenil; o que é automutilação; epidemiologia; sinais e sintomas; avaliação cuidadosa; por que os jovens se machucam; o que a família pode fazer para ajudar; vilões da saúde mental; armadilhas da mente; escudos de proteção; o que é suicídio; criança também se deprime!; sinais por idade; dados no Brasil; observar os principais gatilhos; prevenir é a melhor solução; atividades que devem ser realizadas em prol da qualidade e promoção da vida; onde buscar ajudar? E protegendo a saúde e a vida.

Acesse aqui a cartilha “Viver com Alegria – Prevenção da Automutilação e do Suicídio Infanto-juvenil”.

Foto: Érika Fonseca