Casos de diabetes quadruplicaram em 40 anos, alerta OMS

05/10/2021 - Rochelle Nogueira

Em Fortaleza os pacientes podem buscar atendimento inicial nos 116 postos de saúde com encaminhamento para os 7 Centros Especializados de Diabetes e Hipertensão

Foi em um exame de rotina que Augusto Pinheiro, 70 anos, fez a descoberta da diabetes em sua vida. O diagnóstico da doença crônica ocorreu há 10 anos e ao longo desse período precisou se adaptar as limitações e conviver com a comorbidade. “Depois que recebi o diagnóstico para a doença, precisei readequar minha rotina, passei a tomar medicamento antidiabético e busquei por uma vida mais saudável”, revelou o técnico em telefonia.

Em reunião no primeiro semestre de 2021, a Organização Mundial da Saúde -OMS refletiu sobre o número de pessoas com diabetes quadruplicou nos últimos 40 anos. A OMS ressaltou que esta é a única doença não transmissível importante para o qual o risco de morte precoce está aumentando, em vez de diminuindo.

A diabetes é uma doença crônica e sem cura que ocorre quando há um excesso de açúcar (glicose) no sangue, ou seja, uma elevação na glicemia. Isso acontece porque as células do pâncreas não produzem insulina suficiente (diabetes tipo 1) ou porque o organismo não consegue utilizar esse hormônio da forma correta (diabetes tipo 2), informou a MedPrev .

O instituto de assistência revela ainda que a diabetes  tipo 1 surge na infância ou na adolescência e tem origem familiar, não podendo ser prevenida. A diabetes tipo 2, por sua vez, corresponde a mais de 90% dos casos e atinge principalmente pessoas acima dos 45 anos. Ela também apresenta influência genética, mas seu desenvolvimento está intimamente relacionado a fatores como sobrepeso, sedentarismo e alimentação inadequada.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em evento pelo novo pacto global da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de metade de todos os adultos com diabetes tipo 2 permanecem sem diagnóstico o que os coloca em risco evitável de complicações debilitantes e irreversíveis, como morte precoce, amputações de membros e perda de visão.

No Ceará, por exemplo, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), tem intensificado as recomendações alertando que as pessoas procurem atendimento nas unidades básicas de saúde.

Para aqueles já diagnosticados com a doença, a CIDH solicita a busca por práticas saudáveis, alimentação balanceada e exercícios físicos regulares, todas essas ações trarão benefícios para uma vida longa e próspera.

Medidas preventivas

 – Alimentação saudável;
– Exercícios físicos regulares;
– Manter peso saudável;
– Fique longe do álcool e do cigarro;
– Faça avaliações médicas periodicamente;
– Tenha boas noites de sono.

Para os diagnosticados com diabetes é necessário a criação de uma rotina que reforce os cuidados diários diminuindo as chances de complicações da doença e evitando idas às unidades de saúde. Atividades cotidianas:

– exame diário dos pés;
– controle do peso;
– controle das taxas;
– uso correto dos medicamentos
– abandonar o tabagismo e o sedentarismo são importantes para reduzir danos à saúde.

Tratamento

O tratamento é realizado com o uso diário de aplicação de insulina sintética, medicamentos antidiabéticos que ajudam a diminuir as taxas de glicose no sangue, alimentação balanceada e a atividade física regular.


Em Fortaleza, a porta de entrada para quem busca por esse tipo de atendimento são os 116 postos de saúde espalhados pela cidade. Segundo dados da última pesquisa divulgada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico (Vigitel em 2019), realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 9,5% dos entrevistados fortalezenses declararam ter a doença, o que colocou Fortaleza como a 2ª capital brasileira com o maior percentual de diagnóstico de diabetes no País, atrás apenas do Rio de Janeiro. Em 2018, a cidade ocupava a 9ª posição no ranking, o que demonstra o crescimento da doença na capital.

“As pessoas que são diabéticas podem procurar nossa rede de atenção à saúde de Fortaleza nos nossos 116 postos de saúde, além dos nossos Centros Especializados de Diabetes e Hipertensão – CEADH, que, hoje, contamos com 7 unidades. Nesses locais é feito uma avaliação adequada dos pacientes, um acompanhamento da patologia, e é realizada orientação com planos de cuidados que vão desde medidas de promoção à saúde como: atividade física, perda de peso, orientações alimentares, como o tratamento com medicamentos orais e o uso de insulina nos casos devidos. Ao usar insulina, os nossos pacientes também recebem o automonitoramento com aparelhos de controle de glicemia e as fitas que ajudam no controle adequado da diabetes”, disse Luciana Passos, gerente da Rede de Atenção Primária da SMS, ressaltando que a diabetes afeta de 8 a 10% da população.

>> Postos de Saúde de Fortaleza

Informações do Atlas de diabetes da IDF – 9ª edição 2019 👇

– 1 em 11 adultos (20 – 79 anos) tem diabetes = 463 milhões de pessoas;
– 1 em cada 2 adultos com diabetes não foi diagnosticado = 232 milhões de pessoas;
– 1 em cada 5 pessoas com diabetes têm mais de 65 anos = 136 milhões de pessoas;
– 10% dos gastos globais com saúde são gastos com diabetes = US $ 760 bilhões;
– 1 em cada 6 nascidos vivos (20 milhões) é afetado por hiperglicemia na gravidez, 84% dos quais têm diabetes gestacional;
– 3 em cada 4 (79%) das pessoas com diabetes vivem em países de baixa e média renda;
– Mais de 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos têm diabetes tipo 1;
– 1 em 13 adultos (20-79 anos) tem tolerância à glicose diminuída = 374 milhões de pessoas;
– 2 em cada 3 pessoas com diabetes vivem em áreas urbanas (310,3 milhões).

Exercícios caseiros que beneficiam a sua saúde

  1. Flexão: com os joelhos apoiados em um colchonete ou toalha, contraia o abdômen e desça lentamente até os ombros se alinharem aos cotovelos. Realize até 3 séries de 15 repetições para este exercício.
  2. Agachamento com apoio: em um banco ou móvel firme, desça o corpo lentamente com as mãos na linha dos ombros e apoiadas atrás do tronco. Flexione os joelhos para controlar o peso do corpo. Faça 3 séries de 15 repetições para este exercício, com pausas de 1 a 2 minutos entre elas.
  3. Elevação dos braços: Pegue um halter ou uma garrafa plástica com carga (pode ser areia ou pedras), eleve um dos braços à frente da linha do corpo na altura dos ombros. Afaste-o lateralmente mantendo a altura nas linhas dos ombros. Repita o mesmo processo com o outro braço. Realize 3 séries de 15 a 20 repetições nesta modalidade de exercício, com pausas de 1 a 2 minutos entre elas.
  4. Prancha e postura fixa: deitado sobre um colchonete, eleve o corpo apoiando o seu peso sobre os braços, contraia o abdômen e fique por 30 segundos. Em cada uma das posições acima e efetue até 3 séries com as duas posições.
  5. Abdominal: deite-se em cima de uma colchonete, com os dois pés apoiados no chão, e suba até retirar os ombros do chão. Respire e solte o ar na subida do movimento.
  6. Elevação de perna lateral: Com os braços apoiados na parede, contraia o abdômen e afaste uma das pernas para o lado. Não se deve inclinar o tronco para os lados durante esse movimento. Faça até 3 séries de 15 repetições para cada perna e descanse de 1 a 2 minutos entre as séries.
  7. Elevação de calcanhar: Sentado com o tronco ereto em um banco ou cadeira, deixe os pés bem apoiados no chão e passe a levantar os calcanhares, concentrando o movimento exclusivamente nos tornozelos. Coloque um objeto em cima das pernas caso esteja muito leve. A quantidade de séries recomendada é de 3 com 15 repetições. Descanse de 1 a 2 minutos entre as séries.
  8. Sentar e levantar: Sentado em um banco ou cadeira, contraia o abdome, estique os braços à frente do corpo, incline-se levemente à frente e fique de pé. Mantenha os joelhos e os pés alinhados e ligeiramente afastados. Efetue até 3 séries de 15 repetições para este exercício. É indicado também fazer uma pausa de 1 a 2 minutos entre as séries.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil