Sabe aquele aparelho de DVD, que mesmo sem uso, você insiste em guardar e quando faz uma faxina geral na casa decide jogá-lo fora, mas acaba descartando-o no lixo comum? Pois é, essa ação gera um grande impacto ambiental e poderia facilmente ser revertida em educação tecnológica, se esse eletrônico tivesse como destino o projeto Robótica Sustentável.

Idealizado pelo professor André Cardoso, o Robótica Sustentável leva educação tecnológica aos alunos das escolas municipais e estaduais através do ensino sobre a produção de robôs com resíduos eletrônicos e materiais reciclados. As aulas, que envolvem mecânica, eletrônica, elétrica e programação desenvolvem a consciência ambiental e ecológica dos estudantes, demostrando que o acesso à robótica também é possível a baixo custo.

“A gente utiliza os resíduos eletrônicos, junto com materiais reciclados e através do conhecimento em software transformamos em projetos de robótica, levando o ensino de educação tecnológica para as escolas”, explicou. O projeto também disponibiliza vídeos com aulas sobre robótica nas plataformas digitais Instagram, Facebook e canal no Youtube.

A iniciativa surgiu em 2016, quando André ministrava aulas no Laboratório de Ciências da escola de Ensino Fundamental e Médio Dom Hélder Câmara, no bairro Quintino Cunha. Com o envolvimento dos alunos, a iniciativa se expandiu para outras escolas da cidade e do Estado, participando ainda de premiações a nível nacional. A metodologia da Robótica Sustentável chegou também a projetos sociais.

Um desses projetos ´é o Surfista Digital, que atua no enfrentamento e prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes de 07 a 17 anos. A iniciativa promove a inclusão digital de moradores do Serviluz e da Praia do Futuro, e de forma lúdica ensina sobre os direitos civis, políticos e socioassistenciais.

Desde a sua implantação, o Robótica Sustentável reciclou mais de 9 mil kg de resíduos eletrônicos e beneficiou 2 mil alunos. O projeto possibilitou inúmeras invenções como tanques, carrinhos de controle remoto, robôs, além do mascote DinoCleyton, um dinossauro articulado que fala, anda e canta. Todos as criações são feitas com papelão, tampas de garrafa, potes de margarina, restos de caneta e componentes eletrônicos simples, que podem ser controlados via Bluetooth através do celular.

Mas o que são resíduos eletrônicos? São baterias recarregáveis, notebook, computadores, monitores, som gravadoras de DVD, TVs, monitores, mouse, fios, fontes, teclados, estabilizadores, nobreaks, celulares, ar condicionado, geladeiras, freezers, máquinas de lavar. Todo tipo de aparelho eletrônico que estiver quebrado ou sem uso.

Lembre-se que o descarte inadequado destes produtos podem ocasionar inúmeros danos, até para a sua saúde, pois as substâncias encontradas nos eletrônicos são altamente poluentes e demoram muito tempo para se decomporem naturalmente. Ao chegarem nos aterros sanitários, esses materiais triplicam o volume de lixo no local, reduzindo sua vida útil e agravando o impacto ambiental. Além de afetar a qualidade do ambiente, contaminando a água no solo e causando doenças entre a população.

Cerca de 1,5 milhão de toneladas de resíduos eletrônicos são produzidas no Brasil a cada ano, revela estimativa da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) do World Resources Institute (EUA), e apenas 3% desse material é coletado e destinado adequadamente. Por isso é fundamental a conscientização da população para que todo este material possa ser reaproveitado, inclusive em ações educativas, tecnológicas e sociais, como as desenvolvidas pelo projeto Robótica Sustentável.

De acordo com André, as doações dos resíduos eletrônicos para o o projeto Robótica Sustentável podem ser feitas no Ninna Hub, localizado na Av. Dom Manuel, 1020, Centro. Também são feitas campanhas de arrecadação, chamada Lixo Zero Fortaleza.

O fundador do projeto conta que as doações feitas no Ninna Hub, são recolhidas a cada 15 dias. O material recolhido é separado em ferro, plástico e placas eletrônicas. Todo o excedente dos resíduos é entregue a catadores e vendido nas recicladoras. O valor arrecadado é investido no projeto.

Para mais informações sobre o projeto, acesse o site: https://www.roboticasustentavel.com.br/

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Descarte dos resíduos eletrônicos

Em Fortaleza são 90 Ecopontos distribuídos por toda a cidade que recebem resíduos eletrônicos. Lá também recebe outros materiais como estofados velhos, restos de poda, óleo de cozinha, papelão, plásticos, vidros e metais. Ao entregar o seu lixo devidamente separado, você recebe créditos na sua conta de energia e crédito no Bilhete Único também.

Para conferir o Ecoponto mais perto da sua casa acesse o site: https://catalogodeservicos.fortaleza.ce.gov.br/categoria/urbanismo-meio-ambiente/servico/324

Foto: Reprodução