Especialista dá dicas para organizar melhor as finanças
Saiba como se organizar financeiramente mesmo em um cenário de instabilidade como a pandemia
A pandemia e as medidas adotadas para evitar o contágio do novo coronavírus, como o isolamento social e o fechamento das atividades comerciais, impactaram de forma direta a vida financeira de boa parte da população. Alguns perderam sua fonte de renda de forma temporária, outros foram demitidos ou tiveram redução salarial. Diante deste cenário é necessário organizar as finanças. Para ajudar nesta missão, nossa equipe conversou com a especialista e líder do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – Mulher (IBEF), Luiza Alyne Menezes.
Segundo Luiza, mesmo com a retomada da economia, o cenário ainda é de instabilidade. “A retomada para a maioria dos negócios e consequentemente das pessoas será um processo longo. É mais do que nunca necessário que todos se organizem, façam uma revisão de seus custos de vida para podermos passar por estes momentos de “turbulência”, alertou.
A especialista elencou algumas dicas:
- Liste todas as suas despesas mensais e divida-as em 3 partes: essenciais, prioridades financeiras e despesas relacionadas ao estilo de vida.
- Separe as três em parcelas destinando uma parte da sua renda para cada qual, sendo 50% para gastos essenciais, 15% para prioridades financeiras e 35% para despesas relacionadas ao estilo de vida. Essa reorganização é extremamente importante para você entender algumas características do seu comportamento com o dinheiro.
- Por exemplo, se seu custo de vida essencial ocupa mais de 50% da sua renda, você está vivendo fora da sua realidade econômica. As despesas com: moradia, alimentação, escola, saúde precisa caber dentro deste percentual.
- Dentro dos 15% que são suas prioridades financeiras, existe 2 situações:
- Se você está em dívida: Sua prioridade será liquidar suas dívidas. Dependendo da gravidade de sua situação financeira, você pode precisar gastar mais de 15% de sua renda para resolvê-la. Neste caso, você terá que compensar cortando gastos nos outros dois grupos: estilo de vida e gastos essenciais.
- Se você não está endividado: a prioridade financeira será poupar parte de sua renda para atingir suas metas de médio e longo prazo. Economizando 15% da renda por mês, seu primeiro objetivo deve ser, por exemplo, a construção de uma reserva financeira de 3 a 6 meses de salários, para proteger os momentos de incerteza da vida e não precisar recorrer ao cheque especial sempre que encontrar uma despesa inesperada.
- 35% para manter seu estilo de vida: Com despesas essenciais em ordem e prioridades financeiras garantidas, você é livre para usar os 35% restantes para o que lhe dá prazer. As despesas relacionadas ao seu estilo de vida são aquelas que não são essenciais (isto é, podem ser cortadas em um momento de aperto), mas são importantes para você se divertir e curtir a vida. Bem como, bares e restaurantes, clube, academia, salão de beleza, viagens TV a cabo, assinaturas de revistas e compras no shopping são exemplos.
O grande segredo é entender que as despesas relacionadas ao estilo de vida devem vir depois que você já cuidou dos seus gastos essenciais e de suas prioridades financeiras. Nesta situação, você está livre para gastar, sem culpa.
De acordo com Luiza, é importante reaver a relação com o dinheiro, e perceber que alguns comportamentos de consumo não são saudáveis nem para o bolso nem para mente. “Não há mais como trabalhar sem ser feliz para apenas pagar boletos. Dicas como: aumente sua renda, pode ser possível, mas é desafiador pois demanda mais tempo que muitas vezes você irá tirar da sua família ou do seu autocuidado. Depois de reorganizar as despesas, mudar hábitos de consumo é libertador, pois muitas vezes gastamos com aparência: roupas, carros, lazer, gastando em excesso. Educação Financeira não é só matemática, é muito mais, é um convite ao autoconhecimento”, afirmou.
Foto: Evilázio Bezerra