Poço da Draga é homenageada em exposição fotográfica pelo Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

14/06/2021 - Ana Clara Cabral

O acesso é gratuito. O evento contará com uma partilha de processo dos autores acessível em libras.

Uma exposição fotográfica virtual que homenageia a Comunidade Poço da Draga será lançada nesta segunda-feira (14) pelo Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). Chamada “Poço 115 – um álbum imaginário para a comunidade visível” a mostra estará disponível a partir das 15h, no dragaodomar.org.br.

O aniversário de 115 anos da Comunidade Poço da Draga, localizada nos arredores do Centro Dragão do Mar, inspirou o trabalho coproduzido por Álvaro Graça Jr., documentarista e morador do local, e Felipe Camilo, artista e pesquisador. A data de fundação é celebrada em 26 de maio.

Além do álbum, o público poderá acessar a “partilha de processo” no YouTube do Dragão do Mar, onde os autores vão compartilhar as vivências e memórias no Poço da Draga, exibindo fotos e relatos de moradores do local ao longo de quatro anos. O evento é acessível em Libras.

Quatro séries fotográficas compõem a mostra:

  • Poço 115(2020-2021);
  • Resenha do Brasileirinho (2020-2021);
  • Poço Acquario (2019);
  • Sobrepontes (2021)

A exposição teve a colaboração das fotógrafas Ivoneide Gois e Dayane Araújo. Em breve, deve ser transformada em fotolivro.

A investigação para a tese acadêmica de Felipe, cujo tema era “Comunidade Visível: Narradores de Imagens e Memórias do Poço da Draga” (PPGS/UFC 2017-2021)”, junto à parceria de Álvaro Graça Júnior, “resultou numa poética combinação entre a narrativa oral e a fotografia. Um potente encontro que, segundo o pesquisador, poderia ser relacionado aos esforços biográficos e a uma política de defesa do território, numa tentativa de conservar e transmitir a memória de um povo majoritariamente negro”, afirmou a assessoria do Centro Dragão do Mar.

Sobre os autores

Álvaro Graça Júnior é morador do Poço da Draga e realizador audiovisual com foco em cinematografia e direção de documentários, atua no ramo há mais de dez anos. Colabora também com curtas e longas-metragem de Ficção e Vídeo-Dança. Sua produção já foi apreciada em festivais como o Cine Ceará e o Festival de jovens realizadores de audiovisual do MERCOSUL. Atualmente é cinegrafista do programa UFC TV.

Felipe Camilo é negro. Cearense. Nordestino. Brasileiro. Artista Visual com enfoque em fotografia e cinema. Dedica-se ao documental e à experimentação. Pesquisador, e atualmente professor pela Universidade Federal do Ceará (UFC) com bolsa Capes, desenvolve tese nas áreas de antropologia, imagem, memória, negritude e cidade. Atuando como realizador/documentarista, é ganhador do Prêmio de melhor roteiro no Cine Ceará 2017 e aquisição Canal Brasil de melhor curta com ‘Memórias do Subsolo ou o Homem que cavou até encontrar uma redoma’. O filme esteve na programação de diversos festivais brasileiros de cinema.

Realiza desde 2015 o ‘Projeto Perecível’ de imagens reveladas com a clorofila de folhas, relacionando-se por meio de retratos, ruínas e seu álbum de família à história e geografia da capital onde nasceu – Fortaleza/Ce. Agregando relatos e haicais, o projeto circula desde o começo de 2018 como fotolivro e em exposição tanto no Ceará como em eventos nacionais e internacionais como a bienal Fotográfica Bogotá 2019, o Encontro da Anpocs – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais 2018 e a Mostra de Fotografia Etnográfica da RAM 2017 – Reunião de Antropologia do Mercosul na Argentina. Circulou também no nordeste do país nos Centros Culturais BNB e na Bienal Internacional do Livro do Ceará 2020.

Realizou intervenções urbanas com monóculos e lambe-lambe no ‘Festival Concreto de Arte Urbana’ 2016 e 2018, no Festival Maloca Dragão 2017 e no ‘68º Salão de Abril Sequestrado 2017’. Teve também obras expostas no Centro Dragão do Mar, na mostra Sesc Cariri e nos “Encontros de Agosto”. Com apoio da Secult/Ceará, dirigiu entre 2018-2020 a 2ª Ed. do projeto-documentário “Mapadoc – Cartografias da Cultura Cearense” que teve como resultado o longa Oestemar.

“Poço 115 – Um álbum imaginário para a comunidade visível”, de Felipe Camilo e Álvaro Graça Júnior.

Quando?
Segunda-feira (14), às 15h.

Onde?
Exposição Fotográfica – Site do Dragão (dragaodomar.org.br)
Partilha de processo: Youtube do Dragão do Mar

Fonte: Ascom Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Foto: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura