O Governo do Estado recebeu, nesta quarta-feira (17), o nono lote de vacinas contra COVID-19 com 187.400 mil doses da vacina CoronaVac/Butantan. A distribuição dos imunizantes aos municípios do Interior, segundo o Governo, acontecerá ainda hoje. Esse é o segundo maior lote de vacinas recebido pelo Estado desde o início do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra o Coronavírus, coordenado pelo Ministério da Saúde. Mas até o presente momento, menos de 5% da população cearense foi imunizada até o momento.

Com relação ao processo de agendamento para receber o imunizante, o Governo afirma que as pessoas que se encontram nos grupos prioritários definidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) e maiores de 18 anos têm até o dia 27 de março para efetuar a inserção dos dados no Cadastro Estadual de Vacinação, disponibilizado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) na plataforma Saúde Digital. O cadastro servirá como um censo integrado com os municípios cearenses. Segundo a Secretaria, apesar de o cadastro estar disponível para pessoas de 18 a 59 anos, o plano de vacinação segue as recomendações de imunizar inicialmente os quatro primeiros grupos. A população cearense pode tirar dúvidas sobre o cadastro por meio do telefone: 0800 275 1475.

Ao todo, o Ceará já aplicou 602.702 mil doses de vacinas contra a Covid-19 até esta terça-feira (16). Um total de 425.318 mil cearenses receberam a primeira dose e 177.384 mil já foram imunizados com o reforço. Parte do estoque de CoronaVac está reservado para a aplicação de segunda dose.

Conforme o Governador Camilo Santana, o Executivo estadual tem realizado um constante trabalho para agilizar a campanha de vacinação em todo o Ceará. “Diante da lentidão na produção e distribuição de vacinas aos estados pelo Plano Nacional de Imunização, temos buscado alternativas para acelerar esse processo de vacinação dos cearenses. Ontem mesmo sancionei a lei que permite ao Estado adquirir 5,87 milhões de doses da vacina Sputnik”, disse Camilo nas redes sociais.

Vacina russa

A vacina Sputnik V é de responsabilidade do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF) e tem eficácia de 91,6%, segundo estudo publicado na revista científica The Lancet.  O estudo sobre a eficácia da vacina foi feito com 19.866 voluntários na análise preliminar: dois terços tomaram duas doses da vacina (com um intervalo de 21 dias entre elas) e o restante ficou com um placebo. Desses, 78 pessoas desenvolveram a Covid-19, sendo que 62 estavam no grupo que não recebeu o imunizante de verdade. É a partir desses dados que os pesquisadores concluíram que a vacina reduz o risco de desenvolver a doença em 91,6%.

Além disso, análises secundárias apontam que, 21 dias após a aplicação da primeira dose, a vacina russa foi 100% eficaz na prevenção de casos graves e mortes. Apesar das críticas iniciais sobre a pressa e a falta de transparência no desenvolvimento do imunizante, a Universidade de Reading no Reino Unido considerou o resultado dos testes de eficácia positivo.

Além da Sputnik V, outras duas vacinas superam 90% de eficácia, são elas a da Pfizer (95% de eficácia) e Moderna (94%). As duas vacinas aprovadas pela Anvisa em território brasileiro tem eficácia abaixo desse perfil, a da AstraZeneca/Oxford, oscila entre 62 a 90% e a Coronavac produzida pelo Instituto Butantã com o Laboratório Chinês Cinovac, apenas 50,38%, número que supera por pouco o limite de 50% estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aprovar as vacinas contra a Covid-19. A vacina Sputnik, assim como a Coronavac e a AstraZeneca, é de fácil armazenamento. Inicialmente, o Fundo de Investimento Direto Russo calcula que cada injeção custaria menos de dez dólares.

Vacinas no Ceará

Total de doses recebidas 992.400

Total de vacinados 602.702, sendo 425.318 primeira dose e 177.384 a segunda dose

Foto: Tiago Stille/Governo do Ceará