Covid-19: sequelas em pacientes recuperados são monitoradas por ambulatório no Hospital da Messejana

11/03/2021 - Câmara Municipal de Fortaleza

Cerca de 120 pacientes estão sendo acompanhados pela unidade de saúde

atendimento - foto: Jéssica Fortes

As complicações nos pacientes infectados pelo Coronavírus tem gerados internações e consequentemente acarretando algumas sequelas. Muitos pacientes que se recuperaram depois de ter contraído a doença da forma leve ou mais grave, relatam problemas respiratórias, fadiga, dores de cabeça e disfunções cognitivas em algum grau.

Para auxiliar e acompanhar esses pacientes, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, conta desde o ano passado, com um ambulatório de atendimento pós-internação de Covid-19.

Segundo a responsável pelo ambulatório, Dra. Diana Arraes de Sousa, as queixas são variadas e com isso a importância de monitorar os pacientes. “As queixas mais comuns são: fadiga, cansaço, tosse, esquecimento e dormências. As queixas mais frequentes são de pacientes que estiveram internados na unidade com sintomas graves da doença e que precisaram de suporte respiratório. Ao longo prazo estamos observando uma melhora lenta e progressiva das queixas”, explicou.

Pesquisas e estudos sobre as sequelas

Diversas pesquisas estão sendo feitas para acompanhar as reações após a infecção. Como é o caso de um estudo publicado por universidades americanas dos Estados da Califórnia, Indiana e Miami em parceria com uma clínica, onde foram analisados 1.407 americanos.

Os dados apontaram que mesmo após dois meses do diagnóstico, 27% das pessoas estavam reclamando principalmente de falta de ar, dores no peito, no corpo. Neste estudo o que chamou atenção, segundo os pesquisadores, foi que muitos tiveram sintomas leves da doença sem necessidade de internação quando infectados. Outro ponto observado pelos pesquisadores foi que um terço das pessoas monitoradas sentiam algum tipo de mal-estar depois de 60 dias mesmo tendo sido assintomáticos.

Outro estudo vem sendo desenvolvido pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde analisa os possíveis problemas cognitivos causados pelo vírus. O estudo faz uso do jogo digital MentalPlus®️ para avaliação e reabilitação da função cognitiva após remissão dos sintomas da Covid-19. Os resultados mostram que a recuperação física nem sempre implica na recuperação cognitiva. “É importante se incluir na avaliação clínica dos pacientes pós Covid-19, de qualquer gravidade sintomas, problemas cognitivos como sonolência diurna excessiva, fadiga, torpor e lapsos de memória”, explicou a neuropsicóloga Lívia Stocco, da FMUSP.

Informações: Hospital da Messejana, Agência Brasil e UOL

Foto: Jéssica Fortes