Fortaleza experimenta crescente de casos de COVID-19 e ocupação de leitos atinge mais de 90%

05/03/2021 - Câmara Municipal de Fortaleza

Desde de janeiro de 2020, até esta quinta-feira, 4 de março de 2021, Fortaleza teve 125.968 casos confirmados de COVID-19 e 4.905 óbitos

Leito Hospital Leonardo da Vinci - Foto: Governo do Ceará

Fortaleza experimenta grande alta no número de casos de COVID-19 com a consequente pressão nos setores de saúde público e privado da Capital. De acordo com a plataforma IntegraSUS da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), 94,13% dos leitos de UTI e 90,02% dos leitos de enfermaria estão ocupados por pacientes com COVID-19. Nesta quinta-feira (04), dos 2.201 casos notificados, 22 foram confirmados, com dois óbitos nas ultimas 24 horas.

Neste ano de 2021 foram confirmados 38.467 casos da doença com 648 óbitos. Somente no mês de fevereiro foram 21.211 casos e 393 óbitos, com taxa de letalidade de 1,9% (se refere à quantidade de pessoas que morreram pela doença em relação à quantidade de infectados por ela). Desde o inicio dos registros de casos em janeiro do ano passado, a incidência chega a 4.861,4 para cada 100 mil habitantes. O cálculo é realizado dividindo o número de casos confirmados pela população no ano vigente multiplicado por 100 mil.

Já a taxa de mortalidade é de 189,3 por 100 mil habitantes. A média diária de casos confirmados de Covid-19,  em fevereiro, foi de 814,5 e a média de óbitos por dia  foi de 14. A taxa de incidência de casos nos últimos 15 dias foi de 352,19/100 mil e o incremento da incidência de casos na ultima semana foi de 116.,6%.

Casos confirmados

A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza em seu Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (05) confirmou que Fortaleza registrou 125.967 casos de COVID-19, por critério laboratorial, até o dia 04 de março de 2021. A curva epidêmica (acumulada) de casos confirmados continua apresentando inclinação ascendente iniciada em outubro de 2020. A desaceleração identificada em meados de dezembro não se manteve. Ao contrário, entre janeiro e fevereiro o crescimento aproximou-se de um padrão exponencial. O discreto “achatamento” observado nos últimos dias reflete o retardo da confirmação de casos recentes.

O “pico” de casos confirmados da primeira onda epidêmica ocorreu na transição entre os meses de abril e maio quando a média móvel sempre esteve acima de 600 casos. Seguiu-se período de redução que se estendeu até julho, quando a transmissão tendeu a níveis residuais. Em outubro, uma nova onda epidêmica se inicia, embora com propagação mais lenta, que perdura até hoje. A média móvel estimada hoje (251,4 casos) é inferior (65% de redução) à registrada duas semanas atrás (719,4 casos) e, aproximadamente, 74% menor do que a mensurada no ápice da série temporal (980,3 casos).

O maior valor da média móvel na segunda onda epidêmica, registrado até a presente data, foi de 759,4 casos no dia 23 de fevereiro de 2021. Desde meados de janeiro a média móvel de casos havia encontrado uma estabilidade em patamar elevado. No início de fevereiro, no entanto, ocorre nova aceleração que, mesmo entremeada por uma curta estabilidade, leva a média móvel para 760 casos (aumento de 38% entre os dias 1 e 28 de fevereiro).

Longa segunda onda

O cenário sugere uma longa segunda onda epidêmica em progressão que mudou sua dinâmica de dispersão, ganhou força de transmissão, tendendo a um padrão de propagação exponencial. Até esta sexta-feira, no município de Fortaleza já foram confirmados 5.006 óbitos por COVID-19. O aumento das mortes da segunda onda iniciou-se em novembro, consolidando-se em um patamar superior no mês de janeiro, e que progrediu em fevereiro e março. No dia 25 de fevereiro foram registradas 34 mortes por COVID-19. Maior número em 24 horas desde junho de 2020. A média móvel de óbitos dos últimos sete dias (19,0) apresenta um aumento de 36% em comparação com quatorze dias atrás (14,0). O cenário do município já é considerado de moderada a alta mortalidade.

O pico da média móvel nesta segunda fase do ciclo epidêmico foi de 23 óbitos no dia 3 de março. O total de 73% dos casos e 23% das mortes foram confirmados na população de 20-59 anos; 20% dos casos e 76% das mortes foram confirmadas no grupo com 60 anos e mais e a maioria dos pacientes que morreu era do sexo masculino (56%).

Foto: Governo do Ceará