Máscaras faciais transparentes auxiliam na comunicação dos surdos, segundo intérprete

28/09/2020 - Ana Clara Cabral

Elas devem ser confeccionadas seguindo os mesmos padrões indicados pelo Ministério da Saúde, cobrindo nariz e boca.

Pessoas com deficiência auditiva são contempladas com máscara facial 3D de material transparente, que permite a leitura labial e a visualização das expressões do rosto, fatores importantes na comunicação. A máscara foi desenvolvida pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) e garante a devida proteção contra a Covid-19.

A Fiocruz destacou a importância de garantir Equipamento de Proteção Individual (EPI) para todos, mas é preciso atenção na confecção e o uso que devem seguir os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Sobre o assunto, a Rebeca Jordão, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Câmara Municipal de Fortaleza e também enfermeira, comentou sobre a máscara adaptada ao surdo ajudar bastante no processo de comunicação, possibilitando a interpretação facial da linguagem de sinais.

“Da mensagem que é falada, o surdo consegue absorver 30% do que está sendo dito. O intuito da máscara é tentar mostrar a expressão facial, já que esta faz parte da língua de sinais. Ajuda bastante no entendimento, principalmente daqueles surdos que não são falantes 100% da língua de sinais e possui um nível de escolaridade bem baixo”, explica.

Rebeca falou também que apesar da dificuldade, os surdos têm aderido ao uso da máscara tradicional. “Eu particularmente achava que seria mais difícil a compreensão deles nesse sentido, mas com o material divulgado em Libras os surdos tiveram acesso à informação e estão usando”.

Ao final, a intérprete ressaltou a necessidade de tornar acessível a máscara adaptada. “É importante para esse público específico. Além do custo ser maior, é mais difícil de encontrar”, concluiu.

Higienização

Segundo a Fiocruz, a higienização da máscara deve ser feita com água e sabão ou com hipoclorito de sódio (produto obtido a partir da mistura do cloro com uma solução diluída de soda-cáustica). “Entretanto, devido ao material plástico, deve-se evitar torcer a máscara e evitar passar o ferro quente. Já na parte de plástico, é recomendável passar álcool 70% para fazer a desinfecção”.

Foto: Divulgação FioCruz