Brasil apresenta cenário ideal para testes da vacina contra à Covid-19, aponta especialista

17/09/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

No Brasil, 22 mil voluntários estão participando dos testes da vacina contra o Coronavírus

Movimentação de pessoas nas ruas de Fortaleza

O Brasil já ultrapassou a marca de quatro milhões de pessoas infectadas pelo novo Coronavírus e com mais de 34 mil óbitos. Esse alarmante número, que também afeta diversas partes do mundo, fez com que uma corrida para a criação de uma vacina fosse vista em alguns países. São os casos de Reino Unido, China, Rússia e Estados Unidos que estão próximos de anunciar uma vacina segura para a imunização em massa.

Para serem liberadas e licenciadas, as vacinas precisam seguir diversos protocolos de segurança, e umas das fases finais para isso, são os testes em humanos. O Brasil, segundo os cientistas que estudam imunização, apresenta um cenário ideal para isso. Atualmente quatro vacinas contra o coronavírus estão sendo testadas no país: a da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, da empresa chinesa Sinovac e das farmacêuticas norte-americanas Johnson & Johnson e Pfizer.

As entidades que desenvolvem a vacina afirmam que as altas taxas de transmissão da Covid-19 no Brasil é dos principais critérios para a realização dos testes da vacina. Segundo Jon Andrus, especialista em epidemiologia e imunização da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, além dos altos números de casos da doença ser um cenário perfeito para a testagem, “o país tem uma longa história de excelência em saúde pública, com instituições de pesquisas reconhecidas mundialmente, como a Fiocruz que há décadas realiza pesquisas e ensaios”, pontuou.

No Brasil, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford está sendo testada com 5 mil voluntários, já a produzida pela chinesa Sinovac conta com 9 mil voluntários, a desenvolvida pelo laboratório Pfizer com mil pessoas e a pela Johnson & Johnson com 7 mil voluntários.

Das vacinas em teste, a britânica produzida pelo laboratório AstraZeneca, apresentou semana passada, problemas com um voluntário residente no Reino Unido, que resultou na suspensão dos testes. Na ocasião, o laboratório divulgou resultados da investigação onde apontou que o problema não foi associado à vacina. Logo após a divulgação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a retomada dos testes no Brasil. Já dados recentes divulgados pelo laboratório chinês Sinovac apontam que a vacina é segura e que produziu bons resultados entre adultos, principalmente entre os voluntários com mais de 60 anos.

Como contrapartida pela realização dos testes, o Brasil assinou acordo com os laboratórios para que quando aprovado a vacina, seja transferida toda a tecnologia para que o país produza as vacinas desde a primeira etapa. Com o acordo com a Oxford-AstraZeneca, o país poderá produzir mais 70 milhões de doses e já com a Sinovac será ofertado 120 milhões de doses aos brasileiros.

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