Setembro Amarelo: Secretaria de Saúde apresenta Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio

16/09/2020 - Adriana Albuquerque

A proposta reforça a importância da integração nas ações de saúde mental, com foco no atendimento e acompanhamento preventivo

A política de saúde mental ganha destaque com a Campanha Setembro Amarelo, potencializando as ações de prevenção ao suicídio. A temática foi destaque na plenária desta quarta-feira, 16, na apresentação do Plano Municipal de Promoção à Saúde e Prevenção ao Suicídio pelo coordenador de Redes de Atenção Primária e Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde, Rui Gouveia.

A proposta, como destacou Rui Gouveia, envolveu diversos órgãos do Município, entidades do movimento em defesa da vida, Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público e instituições da sociedade civil. “Um plano que foi construído a muitas mãos, e com uma metodologia apontada pela Sepog com um norte para a execução de políticas pública”.

A elaboração do Plano coloca como premissas: – acessibilidade e equidade; – proximidade dos equipamentos com as comunidades; – territorialidade das unidades; – trabalho em rede; – e intersetorialidade.

Rui Gouveia reforça que a política tem como foco a melhoria da qualidade do processo de trabalho dos profissionais, além do aumento da oferta dos serviços e a continuidade do cuidado. De acordo com o gestor, ao se pensar nas ações, foi identificado algumas questões centrais na prevenção ao suicídio. Dentre elas, a garantia do acesso ao serviço por pessoas com o sofrimento psíquico ou transtorno grave e o envolvimento das escolas na temática.

Outro ponto destacado na apresentação do Plano, foi a participação de entidades comunitárias, fortalecendo os vínculos de apoio as pessoas em tratamento de saúde mental. Medida reforçada pelo perfil das pessoas que tentaram suicídio ou em atendimento da rede de saúde mental. De acordo com Rui Gouveia, cerca de 80% das lesões ou tentativas ocorrem dentro de casa. “Isso mostra que nós temos que envolver todos os meios para alcançar essas pessoas. Com o fortalecimento do trabalho da atenção primária por meio do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e com a iniciativas comunitárias”, atentou.

O vereador Jorge Pinheiro, propositor do requerimento nº 3120/2020, reforçou a importância do Plano Municipal na redução do número de casos de suicídio e como o momento vivido pela sociedade evidencia a necessidade de fortalecimento da rede de atenção. “Sempre estarei aqui defendendo a vida. Nós sabemos que só ouve a redução de casos em municípios que construíram um plano de prevenção. Não adianta fazer ações isoladas”, atentou.

O professor da Universidade Federal do Ceará e representante do Programa de Apoio à Vida, Fábio Gomes de Matos destacou da saúde mental e os desafio para a próxima gestão com a execução desse plano. Segundo o professor, no Ceará são registrados 600 suicídios por ano, grande parte em Fortaleza e Região Metropolitana, e para enfrentar essa questão é necessária uma abordagem multifatorial.

O Programa de Apoio à Vida integrou o grupo de trabalho da Prefeitura de Fortaleza para a elaboração do Plano Municipal de Promoção à Saúde e Prevenção