Pesquisadores desenvolvem aparelho que destrói novo coronavírus em ambientes fechados

15/09/2020 - Anna Regadas

O aparelho em teste fará a geração do ozônio a partir do próprio oxigênio presente no ar que circula nas salas de aula, realizando essa transformação por meio da aplicação de descargas elétricas.

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará desenvolveu um equipamento que, com a utilização do gás ozônio, destrói o novo coronavírus e qualquer outra bactéria e fungo de ambientes fechados. O dispositivo visa garantir a segurança dos estudantes nas salas de aula e está em fase de testes. A previsão é que até o final do mês de setembro esteja pronto para uso.

A pesquisa é liderada pelo professor Marcos Sasaki, do Departamento de Física e conta com a participação do professor Jarbas Silveira, da Engenharia de Teleinformática, e André Machado, pesquisador do Centro de Ensaios não Destrutivos (CENDE), do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Eles produziram seis protótipos que serão disponibilizados para três unidades acadêmicas do Campus do Pici: o Centro de Ciências, o Centro de Tecnologia e o Centro de Ciências Agrárias.

Segundo Sasaki, a inalação do gás ozônio em grande quantidade pode gerar problemas à saúde, por isso o aparelho desenvolvido faz também a medição do ozônio presente no ambiente e do tempo que ele demora para se dispersar. “A segurança é muito importante. Temos que gerar, medir e liberar o ozônio do ambiente, e isso ainda não é feito no Brasil”, informa.

Apesar de ser criado para desinfetar salas de aula, o ozonizador tem alto potencial para aplicação em diversos ambientes. O equipamento produzido na UFC, inclusive, foi inicialmente pensado para utilização em ambientes hospitalares, como UTIs e consultórios. Somente depois se pensou numa utilização mais imediata na própria universidade, garantindo maior segurança aos estudantes no retorno presencial às salas de aula.

O aparelho em teste faz a geração do ozônio a partir do próprio oxigênio presente no ar que circula nas salas de aula, realizando essa transformação por meio da aplicação de descargas elétricas. O protótipo estará pronto para uso até o fim de setembro. A ideia é que, em breve, sejam produzidos mais cinco exemplares do aparelho.

Foto: Universidade Federal do Ceará