Em webinário, Câmara Municipal lança livro sobre saúde mental de crianças em meio à pandemia

23/07/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

A versão digital do livro “O coronavírus não sai do meu pensamento. E agora?” está disponível no portal da CMFor

A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) realizou na manhã desta quinta-feira, 23, o webinário “Saúde mental das crianças durante a pandemia” de Covid-19. O evento virtual, transmitido pelos canais de comunicação da CMFor, marcou o lançamento do livro “O coronavírus não sai do meu pensamento. E agora?”, apoiado pela Casa e produzido pelas profissionais da saúde Ana Paula Brandão, Kaliny Oliveira e Maria Gardênia Amorim.

Estiveram presentes ao evento, além das autoras da obra, o presidente da CMFor, Antônio Henrique (PDT), a primeira-dama de Fortaleza, Carol Bezerra, os secretários-adjuntos de Saúde e Educação da Capital, Ana Estela e Jefferson Maia, respectivamente, a procuradora da Justiça Elizabeth Almeida e vários vereadores ligados às temáticas da educação e da infância e juventude, como Iraguassú Filho (PDT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Primeira Infância, Guilherme Sampaio (PT), Professor Elói (Patriota) e outros.

Para o presidente Antônio Henrique, o apoio da Câmara Municipal à publicação revela o comprometimento da Casa com a saúde e com os direitos das crianças e dos adolescentes. “A pandemia mudou a rotina de todas as pessoas por causa do isolamento social e, também, do medo de ver pessoas próximas doentes, com risco de morrer. Não temos ainda a cura, uma vacina, que venha tirar essa preocupação. Ainda estamos tendo todos os cuidados pra que não alcance nossos amigos e familiares. Essa situação afeta a todos, incluindo as crianças”, disse.

Iraguassú Filho destacou que o livro “vai, com certeza, facilitar, dar caminhos” para pais, responsáveis, educadores e profissionais da saúde aprenderem a cuidar da saúde mental dos jovens e ensinarem a eles a lidar com os próprios sentimentos e com as próprias emoções.

Ana Estela Leite

“É de uma sensibilidade extrema”, elogiou Ana Estela, secretária-adjunta da Saúde de Fortaleza. A gestora disse que, apesar de as crianças não serem o grupo de risco da Covid-19, elas têm sofrido tanto com desestabilizações no ambiente familiar como com a saudade da rotina, com o medo iminente da perda de pessoas próximas e com perdas reais. “Esse livro é um outro olhar que se precisa ter da pandemia em relação às crianças”, reconheceu.

Lançamento do livro e webnário: SAÚDE MENTAL DAS CRIANÇAS DURANTE A PANDEMIA

Carol, primeira-dama do Município, destacou a forma didática como o livro aborda a saúde mental das crianças e propôs incluir o material em discussões na rede pública de ensino. “Temos feito um trabalho muito forte de fortalecimento do currículo socioemocional”, disse.

Jefferson Maia

O secretário-adjunto da Educação, Jefferson Maia, reconhece a relação direta entre saúde mental e educação, provocada pela pandemia. “Sabemos que os impactos da questão socioemocional podem refletir diretamente na aprendizagem”, assumiu o gestor.

Processo de produção do livro

No webinário, as autoras contaram o que motivou a produção do livro e como foi o processo de produção.

Ana Paula Brandão

A enfermeira, advogada e coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil da Regional 6, Ana Paula Brandão, relatou que, desde o início da pandemia, tem aumentado a procura por assistência por pais e responsáveis com crianças “em crise, com choro fácil, irritadas, apresentando diversos sintomas psicológicos”. Além disso, ela disse que, apesar de o livro ser lúdico e dedicado, também, às próprias crianças, é preciso que os pequenos estejam acompanhados de adultos para que as terapias propostas tenham efetividade.

Kaliny Oliveira

“O livro foi desenvolvido para ser capaz de acolher e trabalhar a ansiedade”, completou a psicóloga da infância e adolescência Kaliny Oliveira, destacando a seriedade do tema num contexto pandêmico, visto que, segundo ela, alterações nos pensamentos, nas cognições e nas emoções podem provocar alterações nos comportamentos e até mesmo reações fisiológicas.

Gardênia Amorim

A psiquiatra Gardênia Amorim ressaltou que, se não for feito algo, agora, para prevenir o adoecimento psicológico das crianças que estão enfrentando a pandemia, elas podem vir a desenvolver transtornos graves ou sofrer pioras em transtornos que, porventura, já tiverem. “Aqui, a ansiedade foi tomada (como mote) porque predominaram essas queixas logo no início da pandemia, tanto na demanda espontânea como por meio das nossas buscas ativas”.

Reportagem: Luana Severo

Foto: Érika Fonseca