Vacinas experimentais contra o coronavírus avançam e dão esperança, mas processo demanda paciência

21/07/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

A revista The Lancet, referência em publicações científicas, divulgou recentemente que duas vacinas em estágios avançados de testes foram consideradas seguras e eficazes contra a Covid-19

Vacinação H1N1

A comunidade científica anunciou recentemente avanços significativos no desenvolvimento de duas vacinas contra a Covid-19: a da Universidade de Oxford, no Reino Unido, produzida em parceria com o laboratório Astrazeneca, e a da empresa chinesa CanSino Biologics. A revista The Lancet, referência mundial em publicações de artigos científicos, divulgou que ambas as imunizações demonstram ser seguras e capazes de criar respostas imunológicas contra o novo coronavírus, causador da infecção que já dizimou mais de 610 mil pessoas.

No entanto, apesar do sopro de esperança, é preciso ter paciência. As vacinas não estão prontas — somente autorizadas a avançar para a etapa final de testes clínicos — e ainda há um caminho longo a se percorrer até que elas sejam aprovadas e fabricadas em larga escala.

Sobre a vacina de Oxford, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a mais avançada de todas as experimentações, a The Lancet analisou que mostra perfil de segurança aceitável, com aumento de respostas de anticorpos. Já sobre a vacina chinesa, a revista escreveu se tratar de um imunizante seguro e que induziu respostas imunes significativas na maioria dos voluntários após uma única administração.

Neste momento em que ambos os experimentos avançam para a terceira fase dos testes clínicos — o de Oxford é testado, inclusive, também, no Brasil —, os cientistas vão poder observar se as vacinas permanecem seguras e eficazes quando aplicadas em um grupo maior, de milhares de pessoas. Além disso, vão poder ter mais informações sobre possíveis efeitos adversos, bem como sobre a durabilidade da proteção assegurada pelo imunizante.

De toda forma, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência brasileira em pesquisa científica, já firmou acordo com a Astrazeneca para a compra de lotes e transferência de tecnologia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. Com isso, se o imunizante for, de fato, seguro e eficaz, a expectativa é de que os primeiros lotes da vacina britânica cheguem ao Brasil entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.

Outra vacina chinesa, esta, em desenvolvimento pela Sinovach Biotec, também está em fase avançada de estudos clínicos e também deve ser testada no Brasil, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. À BBC News Brasil, o governo paulista disse que, “se a vacina for aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial tanto na China como no Brasil para fornecimento gratuito ao SUS (Sistema Único de Saúde)”.

Outras iniciativas de vacina contra a Covid-19 ao redor do mundo — são mais de 140 — estão sendo tocadas por pesquisadores de países como Rússia e Estados Unidos, por exemplo.

Reportagem: Luana Severo

Foto: Érika Fonseca