Mulheres lideram número de casos de Covid-19 em Fortaleza e são as que mais se recuperam

29/06/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

Os dados apontam, ainda, que 25.579 pacientes moradores de Fortaleza foram considerados recuperados (status de cura)

Movimentação nas ruas

O Boletim Epidemiológico sobre a situação do novo coronavírus, em sua 26ª semana, publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), na sexta-feira (26), mostra que as mulheres são mais susceptíveis ao vírus, pois 54% dos casos de Covid-19 aconteceram em mulheres e 46% em homens. Já com relação a letalidade a situação se inverte, pois 57% dos óbitos foram de pessoas do sexo masculino e 43% do sexo feminino. Os dados apontam, ainda, que 25.579 pacientes moradores de Fortaleza foram considerados recuperados (status de cura), sendo 55% (14.121) do sexo feminino e a maioria concentrada na faixa etária de adultos de 20 a 59 anos (73%).

O Boletim indica que no município de Fortaleza já foram confirmados laboratorialmente 34.579 casos e 3.347 óbitos por COVID-19 desde a ocorrência da primeira morte. Com relação ao Boletim Epidemiológico passado, publicado do dia 19 de junho, houve um incremento de 6,23% no número de casos e 4,78% no de óbitos.  A curva epidêmica de casos confirmados (acumulados) apresenta uma importante desaceleração, principalmente, nas três últimas semanas. Também apresenta uma importante redução do incremento diário.

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, a tendência de “achatamento” da curva de casos confirmados se consolidou e deve ser monitorada diariamente. “A redução do tempo entre a data da coleta e a liberação do resultado do teste laboratorial, sobretudo pelo LACEN-CE, observada recentemente, torna mais acurada a análise, que tende a sofrer menor interferência da confirmação tardia de casos suspeitos”, ressalta.

A tendência de redução do número de casos diários é mais facilmente identificada na série temporal, que se apresenta em dois momentos distintos. Uma primeira “onda” até o fim de março, e outra de maior magnitude que cresce a partir do início de abril até meados de maio, quando inicia consistente tendência de redução do número diário de casos. A série temporal deve ser interpretada considerando os exames ainda em análise. Entre os dias 01 a 10 de junho, a proporção de positividade das amostras de residentes de Fortaleza analisadas pelo LACEN-CE caiu para 31,1%.

A rapidez da liberação dos resultados dos exames pelos laboratórios diminuiu o número de casos em análise. Dessa forma, mesmo que todos resultados pendentes fossem positivos, o impacto no formato da curva seria mínimo. O Boletim destaca que entre os dias 15 e 19 de junho ocorreu uma oscilação ascendente de casos. Por essa razão, o incremento dos casos suspeitos nos três últimos dias da série histórica ainda necessita da confirmação laboratorial pois, em tese, a tendência de declínio ainda pode ser interrompida e até revertida por fatores externos.

Com relação aos óbitos, a curva epidêmica, após uma inflexão ascendente na segunda quinzena de abril, o crescimento do número de mortes a cada 24 horas ganhou velocidade e se estendeu até meados de maio, indicando um padrão exponencial de incremento de óbitos. A partir daí, é possível observar uma tendência inversa, de estabilização da curva, que se acentuou na segunda semana de junho, refletindo uma redução dos eventos fatais registrados diariamente. A liberação mais célere dos resultados dos exames reduziu de 290 mortes que aguardavam resultado para 19, em apenas três semanas, possibilitando uma análise mais robusta e acurada da tendência de mortalidade.

As semanas epidemiológicas com maior número de mortes (SE19 a SE21) sucederam àquela com maior número de casos (SE18). Quanto a distribuição dos casos e óbitos por COVID-19 segundo o grupo etário e sexo observa-se seguinte:  69% dos casos e 23% das mortes foram confirmados na população de 20-59 anos; 28% dos casos e 77% das mortes foram confirmadas no grupo com 60 anos e mais e a maioria dos pacientes que morreram eram homens (57%).

Bairros

Os dois bairros com maior número de casos são de muito alto IDH (Meireles, Aldeota), reflexo ainda do início da epidemia, e de um maior acesso à testagem. Já os bairros populosos com alta letalidade (Barra do Ceará, Vicente Pinzon) ou onde o aumento da transmissão foi perceptível mais recentemente (Jangurussu e Messejana) também têm registrado grande número de casos. A regional VI, a mais populosa de Fortaleza, permanece relativamente com baixa morbidade. Apesar da transmissão intensa nos dois maiores aglomerados populacionais (Messejana e Jangurussu). A maioria dos bairros ainda registra menos de trezentos casos.

A alta letalidade de alguns bairros de baixo IDH (Cristo Redentor, Cais do Porto, São João do Tauape, Autran Nunes), com elevado número de mortes e baixo número de casos, ainda indica testagem limitada. Atualmente, todos os bairros de Fortaleza já registram mortes de residentes. Há uma tendência de concentração de mortes na Regional I (especialmente na Barra do Ceará e Vila Velha); nos bairros que fazem divisa com Caucaia da Regional III; em núcleos da Regional II (Centro-Meireles-Aldeota, Vicente Pinzon-Cais do Porto); e no Grande Bom Jardim (Granja Portugal, Granja Lisboa e Bom Jardim).

Na Regional VI o número de mortes nos dois principais aglomerados populacionais não aumentou substancialmente (Messejana e Jangurussu), em relação à semana anterior, mas a região permanece em segundo lugar em número de casos confirmados, ficando abaixo da Regional II em 1.179 casos.

Comparando a letalidade entre as Regional I e IV a primeira está à frente comparando o número de óbitos com o número de casos (657 e 3.852) enquanto que a Regional VI tem 6.169 casos e 550 óbitos. A assistência mais rápida aos pacientes também pode ser um fator a considerar. A Regional VI é bem mais servida de equipamentos que a Regional I. Pois conta com 30 postos de saúde, 4 Hospitais, sendo dois estaduais, 3 UPAS, sendo uma estadual e uma Policlínica, também estadual. Já a Regional I, tem 15 postos de saúde, dois hospitais e duas UPAS.

CASOS DE COVID-19 POR BAIRROS

BAIRROCASOS
1. Meireles1.391
2. Aldeota1.179
3. Messejana1.031
4. Barra do Ceará823
5. Jangurussu669

ÓBITOS POR COVID-19 POR BAIRROS

BAIRROÓBITOS
1. Barra do Ceará119
2. Vila Velha93
3. Granja Lisboa80
4. Vicente Pizón79
5. Mondubim75

Foto: Érika Fonseca