Grandes impactos econômicos e sociais têm como causa a pandemia pelo novo coronavírus. Com o isolamento social e o necessário fechamento do comércio, medida para evitar aglomeração de pessoa. Em meio a esse momento, muitos brasileiros perderam seus empregos e isso trouxe consequências para o setor de imóveis.

As empresas imobiliárias passaram a ser intermediadoras entre inquilinos e proprietários para a manutenção de aluguéis de imóveis. Eles agiram em busca de reverter o quadro elevado de inadimplência.

Segundo levantamento realizado pela corretora Aspa, a inadimplência no pagamento de aluguel está acima da média histórica em Salvador, Fortaleza, Maceió, Recife e na capital fluminense. Dentre as pesquisadas, Fortaleza ficou em 2º lugar com 18%, quando a média histórica era apenas 6,8. A empresa Aspa realiza esse estudo desde 2001.

Neste contexto, algumas imobiliárias de Fortaleza buscaram se readequar a situação articulando e incentivando as negociações de imóveis residenciais e comerciais em busca de reverter o cenário adverso. O corretor da Imobiliária Iguatu, Elisio Bringel, conta que diante de algumas medidas tomadas pela empresa, os clientes buscaram alternativas que se adequassem as suas necessidades.

“Não nos afetou muito, pois as pessoas estavam morando em casas com valores maiores e procuraram por imóveis com valores menores. Teve muita saída de imóveis, mas também tivemos entradas”, disse o corretor.

Para ele foi importante a negociação entre inquilinos e proprietários, pois o momento ainda não é propício para exigências. “Existiu vários tipos de negociação devido a esse período de pandemia. Tem que existir. Essa oportunidade deve ser de entendimento entre as partes, pois é um tempo difícil e todos precisam chegar a um consenso”, reforçou Elisio que destaca que a procura por imóveis neste período de reabertura da economia está crescendo.

A proprietária de um imóvel comercial situado em Fortaleza, Neuma Rodrigues, relatou que neste momento de dificuldade financeira para todos, foi procurada por seu inquilino. Para não perder o contratante, pois ela ainda não vê perspectivas para o reaquecimento do mercado, entrou em concordância e baixou a mensalidade em 40% durante o período de 3 meses.

“Chegamos a um acordo até que retomem o trabalho. Nesse momento eles estão pagando apenas 60% do valor acordado, mas com previsão de ressarcimento futuro, quando retomarem o serviço. Foi a melhor saída para todos”, disse Neuma Rodrigues.  

Foto: Mateus Dantas