A próxima sexta-feira, 26 de junho, marca a celebração mundial do combate às drogas. Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), a data joga luz sobre a preocupação do Poder Legislativo em garantir que a juventude da Capital tenha oportunidades saudáveis e não sofra as consequências do consumo abusivo de álcool e outras drogas, entre lícitas e ilícitas.

O Movimento Vidas, parceria entre a CMFor e a Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), realização do Sistema Verdes Mares, é resultado prático dessa preocupação. O projeto foi idealizado pelo vereador Antônio Henrique (PDT), presidente da Casa, em 2019.

Pelo Vidas, jovens de diferentes bairros da Cidade são convidados a participar de rodas de conversa, reuniões e oficinas sobre a temática em escolas, equipamentos públicos e instituições religiosas. Não se trata meramente de um aconselhamento ao não uso de drogas, mas, sim, de um empoderamento da juventude sobre as possibilidades existentes para ela.

De outubro a dezembro do ano passado, quando o projeto ganhou vida, foram sensibilizados pelo menos 36 mil crianças e adolescentes dos bairros Conjunto Esperança, Ellery, Aerolândia, Planalto Pici e Vila União. Territórios escolhidos com base em critérios como vulnerabilidade social e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Destacando a importância de promover discussões sobre temas sensíveis à Cidade, Antônio Henrique acredita que o Movimento Vidas “abriu o diálogo com a juventude sobre a prevenção ao uso de drogas envolvendo, também, outros setores da sociedade como as universidades, as escolas e os agentes sociais que lidam diretamente com essa geração”.

O desafio é grande. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a partir da terceira edição do Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgada em outubro do ano passado, a juventude do País tem cada vez mais consumido drogas com potencial de provocar danos à saúde e risco de morte. “Além disso, há uma tendência ao poliuso (uso simultâneo de drogas diferentes)”, destaca, em matéria da Fiocruz, o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde do órgão (Icict/Fiocruz), Inácio Bastos.

Para ser efetivo, o combate a esse problema deve ser, portanto, multidisciplinar. Deve vir, por exemplo, com ações nas áreas de lazer, cultura, esporte e empreendedorismo.

Consciente do papel do Poder Legislativo na intermediação desse processo e na criação de instrumentos legais capazes de transformar ações em políticas públicas concretas e contínuas, Antônio Henrique lembra que, durante as ações do Vidas no ano passado, os parlamentares tiveram a chance de estar “ainda mais próximos das comunidades, ouvindo as demandas da população e colhendo sugestões de ações viáveis” para motivar a produção legislativa.

Dividido por fases de formação, sensibilização e mobilização social, o Movimento Vidas objetiva, também, capacitar lideranças comunitárias, professores e pais de crianças e adolescentes para fortalecer e perpetuar o combate ao uso de álcool e drogas. A formação de 40 horas/aula é feita na modalidade de Ensino a Distância (EaD), com direito a certificação.

Reportagem: Luana Severo

Foto: Mateus Dantas