Postos de saúde começam a tratar potenciais infectados pelo novo coronavírus com corticoides e antibióticos

20/05/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

O novo protocolo foi recomendado pela Escola de Saúde Pública do Ceará e é válido somente para pacientes que não demandem internação e que já estejam, pelo menos, no quinto dia de sintomas sugestivos de Covid-19

Vacinação H1N1

Sob recomendação da Escola de Saúde Pública do Ceará, a Prefeitura de Fortaleza instaurou nos postos de saúde da Capital um novo protocolo de atendimento para pacientes com sintomas leves da Covid-19. O modelo, em teste desde a segunda quinzena de abril, orienta aos médicos da atenção básica tratar com corticoide (prednisona) e antibiótico (azitromicina) pacientes com quadro gripal sugestivo para a nova infecção que não demandem internação, que já estejam, pelo menos, no quinto dia de sintomas, e que atendam a outros requisitos.

Em pronunciamento nas redes sociais na última sexta-feira, 15, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) afirmou que, antes do início da recomendação do tratamento, entre os dias 20 e 24 de abril, o consumo de prednisona nos postos de saúde tinha sido em torno de 31,2 mil comprimidos. Após a recomendação, já neste mês de maio, esse consumo havia crescido para 117,8 mil comprimidos. “Uma demonstração clara da adesão dos profissionais da saúde e de uma nova conduta que está sendo aplicada na ponta”, analisou o prefeito.

O gestor, da mesma forma, exemplificou o aumento do consumo de azitromicina. “A gente tinha uso de aproximadamente 48 mil comprimidos entre os dias 20 e 24 de abril e passamos pra quase 200 mil comprimidos entre 11 e 15 de maio”, observou. Segundo ele, a expectativa do executivo municipal é de que, nos próximos dias, o protocolo surte efeito diminuindo o percurso e o agravamento de alguns casos da doença. “Vamos acompanhar”, garantiu.

Conforme nota técnica do Governo do Ceará, além de observar aos requisitos para o tratamento, paciente e médico devem assinar Termo de Consentimento informando que estão somente seguindo uma recomendação, mas que a responsabilidade sobre os efeitos dela recai sobre quem prescreve o tratamento e por quem faz uso dele — ou seu representante legal.

A Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS) não informou ainda os resultados preliminares do novo protocolo de atendimento.

Leia, na íntegra, a recomendação:

Reportagem: Luana Severo

Foto: Érika Fonseca