Covid-19: saiba como agir quando alguém da família está infectado

20/05/2020 - Adriana Albuquerque

Desde os registros dos casos do novo coronavírus no mundo e com a chegada da doença ao Brasil, uma nova rotina de cuidados com a higiene e com a limpeza de ambientes vem sendo adotas pela população. E quando alguém da família contrai a Covid-19 a atenção é redobrada no convívio domiciliar reforçando a medida […]

Desde os registros dos casos do novo coronavírus no mundo e com a chegada da doença ao Brasil, uma nova rotina de cuidados com a higiene e com a limpeza de ambientes vem sendo adotas pela população. E quando alguém da família contrai a Covid-19 a atenção é redobrada no convívio domiciliar reforçando a medida de isolamento.

Destacando a gravidade da doença e o poder de transmissibilidade, o professor e infectologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, Dr. Jorge Luiz Rodrigues, reforçou os cuidados para a contenção do vírus no ambiente domiciliar e a necessidade do isolamento social neste momento.

Quais os cuidados devemos ter caso um parente seja infectado e o tratamento ocorra em domicilio?

Dr. Jorge Luiz – A primeira coisa é que as pessoas não estão entendendo o que é isolamento social, recebendo uma pessoa que está saindo do isolamento e indo à sua casa. O isolamento social não é férias nem mordomia é um sacrifício que fazemos para vencermos essa batalha.

Suspeito ou pessoa confirmada com Covid-19:

  • deve ser isolado em um quarto seguindo o fluxo determinado pelas autoridades de saúde; sem contato com os familiares e as refeições colocadas na porta do quarto e o familiar deve se afastar a uma distância de 2 metros;
  • a higienização do quarto e banheiro usado pelo paciente deve ser feito pela própria pessoa, e a ventilação no cômodo é essencial para a eliminação do vírus.

A casa só possui um quarto e a família tem mais de 4 pessoas na composição familiar?

Dr. Jorge Luiz – Quando se tem apenas um quarto para a toda a família é muito difícil fazer esse isolamento. Então reforçamos as medidas de proteção individual, uso de máscara em casa e que a distância de 1,5m entre os familiares. Em alguns países adotaram a medida de usar hotéis para a população de risco. Os idosos e pessoas com comorbidades ficariam em hotéis e saíram do risco grande de estarem em contato com muitas pessoas.

Segundo a OMS, 80% das pessoas são assintomáticas. Quais os cuidados quando sair de casa?

Dr. Jorge Luiz – Quando sair de casa o uso da máscara é obrigatório. E existe uma rotina para quando vamos entrar em casa, e o essencial é o uso de máscara e a higienização das mãos. Ao chegar em casa trazendo as comprar você deve higienizar tudo, porque o vírus pode permanecer até cinco dias em algumas superfícies (plásticos, papel). Nós não vamos saber se a maioria das pessoas são assintomáticas por isso o uso de máscara vem sendo uma das medidas para a redução do contágio.

Qual a relação do isolamento social com a diminuição da curva de contaminação?

Dr. Jorge Luiz – Os estudos epidemiológicos mostram que quando você consegue alcançar a taxa de isolamento social de 70% você achata a curva de infecção. E o objetivo de achatar a curva é para que a rede hospitalar não entre em colapso total.

Se 100 pessoas adoecem ao mesmo tempo muitos hospitais não terão condições de internar todas ao mesmo tempo, principalmente com fatores de risco, por isso se achatamos a curva aquelas 100 pessoas irão adoecer de forma lenta, e a medida que vou internando e dando alta vou recebendo novos pacientes. O objetivo do achatamento é de salvar vidas.

Coronavírus nas superfícies

O infectologista chama atenção para a limpeza dos ambientes e como o vírus pode permanecer em superfícies por até 5 dias. Dentre os materiais em que o coronavírus permanece por mais tempo estão o plástico e tecido.

Segundo o estudo publicado pela New England Journal of Medicine o coronavírus permaneceu em aerossóis durante 3 horas. Em plástico e aço inoxidável permaneceu ativo por 72 horas, sendo mais estável do que em cobre (4 horas) e papelão (24 horas). No tecido sua vida foi mais extensa entre 72h a 96h.

“A viabilidade mais longa do vírus foi em tecido, aço inoxidável e plástico: a meia-vida média estimada foi de aproximadamente 5,6 horas em aço inoxidável e 6,8 horas em plástico, tendo como tempo máximo de 72 horas após a aplicação nessas superfícies. A capacidade do vírus de sobreviver por tanto tempo apenas ressalta a importância da limpeza de superfícies”, apresentou o estudo.

Fonte: New England Journal Of Medicine, CDC e Universitis of California, LA, Princeton

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Com informações: Rochelle Nogueira

Foto: Mateus Dantas