A pandemia do novo coronavírus levou o Governo do Ceará a adotar algumas medidas no aeroporto de Fortaleza para tentar conter a propagação da doença. Uma delas foi as restrição de voos internacionais e nacionais, operando atualmente apenas com voos de São Paulo e Recife.

De acordo com dados da Fraport, administradora do Aeroporto de Fortaleza, de janeiro a março foram realizados cerca de 14 mil embarques e desembarques nacionais e internacionais, uma média de 6 chegadas e 6 partidas diárias. O número pode variar devido a eventuais ajustes das companhias aéreas.

Em 2019 foram realizados cerca de 60 mil embarques e desembarques entre voos domésticos e internacionais, já em 2020, em virtude da pandemia do coronavírus houve uma queda em relação ao mesmo período.

Barreiras sanitárias

O governo estadual, por meio da Secretaria do Estado (Sesa), implementou o Projeto Barreiras Sanitárias no aeroporto de Fortaleza, a fim de realizar a detecção rápida da Covid-19 e evitar a disseminação do vírus. Só no aeroporto de Fortaleza, acontecem cerca de 700 rastreamentos por dia. As equipes realizam na área de desembarque o serviço de aferição de temperatura corporal, triagem, repasse de informações sobre os sintomas da doença e, em caso de necessidade, encaminham o passageiro à rede de atenção à saúde.

As operações das barreiras sanitárias do Estado tiveram início no último mês de março e foi implementado pela Sesa com o apoio da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). Ao todo, 56 residentes dos 11 programas de residência em saúde da ESP/CE e três supervisores atuam no serviço.

Para a operação sanitária as equipes de saúde contam com sala de paramentação e desparamentação, sala para atendimento individual de passageiros, estacionamento gratuito para os técnicos e local estratégico para a recepção dos passageiros. Os dados coletados nos atendimentos individuais são encaminhados para a Célula de Vigilância Epidemiológica da Sesa.

Autorização na Justiça

No mês de março as barreiras sanitárias implementadas nos aeroportos pelo governo do Estado enfrentou resistência da Anvisa para sua execução. O órgão nacional alegava a ausência de competência dos Estados para atuação em áreas de portos, aeroportos e fronteiras. Acionado, o Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF-5) manteve a determinação do juiz Ricardo Ribeiro Campos, da 34ª Vara da Justiça Federal no Ceará que autorizou a barreira sanitária e inspeção de passageiros em todos os voos nacionais e internacionais do Aeroporto de Fortaleza pelo Governo do Estado.

Foto: Érika Fonseca

Informações: Governo do Estado, Fraport e Anac