Comemorar o Dia Internacional da Dança em período de isolamento social, por causa do Covid-19, pode ser ainda mais significativo. A Escola Porto Iracema das Artes, reforçando que “a dança independe do palco, é movimento, expressão e reinvenção”, celebra a data com programação gratuita online através da Semana da Dança Fortaleza, evento que acontece há 10 anos no Ceará.

Este ano o evento acontece até 2 de maio e conta com espetáculos, performances, palestras, lives e clips que promovem aproximações apesar do distanciamento social. Entre as produções estão artistas que compõem a trajetória da Escola Porto Iracema das Artes, tanto do Curso Técnico em Dança (CTD) quando do Laboratório de Criação em Dança.

A Semana da Dança Fortaleza também conta com obras produzidas por dançarinos de outras instituições públicas, associações, grupos, companhias e artistas independentes, envolvendo as cidades de Fortaleza, Itapipoca, Sobral, Cariri, Itapajé e Sertão Central.

Assista a programação online e gratuita aqui.

Vivendo o contexto da pandemia do novo Coronavírus em 2020, a comemoração ganhou um novo sentido, unificando o calendário das ações de todo o estado como “uma forma de marcar a existência de trabalhadores que merecem respeito e visibilidade”, abordando pautas políticas, artísticas e comemorativas.

Políticas públicas

Manu Gadelha é bailarina, professora, coreógrafa, produtora e diretora premiada. Ela falou sobre a importância do poder público investir em políticas de valorização e incentivo à cultura: “o artista precisa se reinventar. Quanto mais rápido a gente se adaptar, mais oportunidades vamos conseguir e, quanto mais incentivo do governo, melhor vamos passar por isso, tanto pelo apoio financeiro quanto pela valorização do nosso trabalho”.

Ela aproveitou para citar a última iniciativa da Secretaria de Cultura do Ceará da qual está participando, o “I Edital Festival de Cultura Dendicasa: Arte de Casa para o Mundo”. A ação promove e democratiza o acesso aos recursos do Fundo Estadual da Cultura (FEC) para o fomento de bens e serviços culturais em todas as regiões do estado do Ceará.

“Todo tipo de apoio agora, como podcasts, festivais e aulas onlines será bom para sociedade no geral. O artista será acolhido e a população poderá ter acesso a todo tipo de arte. Ambos lados ganham”, explicou a bailarina.

Manu Gadelha aproveitou para falar também sobre o significado do Dia da Dança durante o enfrentamento à pandemia: “apesar dos tempos serem difíceis, ‘movemos montanhas’ para elaborar diversas ações relacionadas à dança. Vai ser incrível ver o que cada um está preparando para este dia. Teremos surpresas que só a criatividade artística da dança proporciona. Porque bailarino não fica parado nunca. Bailarino inventa”.

Para finalizar, ela reforçou: “acredito na dança não só como libertação e expressão corporal, mas como exercício físico e liberação de endorfina. Isso faz com que quem dança se acalme a durma melhor apesar das tensões do momento. Tenho gratidão por ter a dança na minha vida e por poder me aproximar das pessoas a partir dela. A dança é o elo, nunca o fim. O que passa a ser dança passa a ser vida”.

Foto: Mateus Dantas