Um estudo publicado na revista científica “New England Journal of Medicine” demonstrou a resistência do Novo Coronavírus, que pode sobreviver de 1 a 4 dias em superfícies como aço, plástico e papelão. A especialista em microbiologia e professora do curso de Bacharelado em Gastronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Eveline de Alencar, destaca que os riscos de contaminação são altos, caso não seja feita a higienização correta nas superfícies e produtos. Ela observa que o vírus permanece em sua forma infecciosa nas superfícies, e caso a pessoa tenha contato com as mesmas e leve as mãos ao nariz, olhos ou boca, poderá ser contaminada.

“Mas claro que o vírus precisa de uma célula viva para se replicar, por isso é importante os cuidados com os produtos e embalagens trazidas de supermercados, mercearias, farmácias e comércio em geral antes de serem utilizados,” destaca. Eveline ressalta que as embalagens que possam ser lavadas em água corrente, devem ser higienizadas com esponja e sabão e depois secas com pano de prato limpo, ou ficar no escorredor até secar. Os outros produtos que não podem ser lavados, ela recomenda que seja passada uma esponja umedecida com sabão e depois deve-se retirar o excesso com um pano molhado e borrifada uma solução clorada.

No caso de grandes volumes de produtos, a saída, segundo a especialista, é borrifar sobre as embalagens uma solução clorada, deixando a mesma agir por 15 minutos e depois tirar o excesso com um pano úmido.

Quanto aos vegetais e frutas, ela enfatiza que deve-se ter um cuidado maior. “É preciso fazer a higienização de todos os vegetais que vão ser consumidos crus. Ao chegar da feira ou supermercado, a pessoa deve lavar bem a fruta e legume com água corrente e colocá-los em uma solução de água clorada por 15 minutos, depois enxaguar bem para tirar o excesso por 15 minutos em água corrente, secar com pano de prato limpo ou papel toalha e colocar na geladeira.

Quanto as folhagens, ela afirma que basta trocar a embalagem do supermercado por uma higienizada que a pessoa já tenha em casa (sacos para alimentos) e no caso de não possuir, pode reutilizar sacos já lavados com água e sabão e colocados em solução clorada. “A higienização desses vegetais devem ser feita no momento de serem consumidos lavando-os em agua corrente e colocando-os em solução com cloro”, observa.

Eveline de Alencar afirma que a solução clorada para superfícies é diferente para a de alimentos. Diz que para as superfícies, pode ser utilizada uma concentração maior de água sanitária no preparo da solução. Já para vegetais tem que ser em menor volume, pois os mesmos possuem células vivas. Ela lembra que as pessoas devem evitar passar as soluções nas mãos, pois são tóxicas e podem causar danos.

Receitas de solução clorada

Para vegetais para cada um litro de agua acrescenta-se uma colher de sopa de água sanitária que tenha cloro ativo 2 a 2,5%, ou seja, qualquer água sanitária que tenha rótulo. A águas sanitárias artesanais, segundo ela, não dão a segurança necessária.

Para superfícies e materiais plásticos e papelão para cada litro de água colocar duas colheres de sopa de água sanitária que tenha cloro ativo.

Foto: Érika Fonseca