Ceará mantém apenas serviços essenciais até 20 de abril

06/04/2020 - Rochelle Nogueira

Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, assina decreto mantendo aberto somente os serviços considerados essenciais. O ato foi solicitado pelo Comitê de Saúde do Estado e equipes técnicas na área. Entenda o que funciona e o que não deve funcionar neste período.

Movimentação no centro de Fortaleza durante quarentena

O governador do Estado do Ceará, Camilo Santana (PT), assinou no início da madrugada desta segunda-feira, 6, o Decreto nº 33.537 que mantém aberto somente os serviços considerados essenciais à população cearense.

A decisão segue as orientações do Comitê Estadual de Saúde e equipes técnicas da área, que solicitaram o reforço conjunto nas medidas que somem frente ao combate à covid-19, para que não se chegue ao pico da doença.

Confira o que pode e o que não pode funcionar no Ceará até o dia 20 de abril 👇

O que pode funcionar?

Ficam liberados no período de quarentena apenas os serviços considerados essenciais, como:

✅supermercados;

✅farmácias;

✅hospitais;

✅empresas de telecomunicação.

O que não pode funcionar?

❎ feiras de gêneros alimentícios;

❎serrarias;

❎indústria de moveis e utensílios domésticos;

❎indústrias de tintas;

❎indústrias têxteis, de confecções, de calçados e roupas;

❎indústria de maquinário agrícola e autopeças;

❎produção e comercialização de flores e produtos hortifrutigranjeiros;

❎produtores e fornecedores da cadeia de saneamento;

❎comércio de materiais de construção;

❎serviços de contabilidade, vedado atendimento presencial;

❎serviços de controle de vetores e pragas urbanas;

❎empresas exportadoras;

❎empresas que integram a cadeia de energia;

❎obras relacionadas à produção de energia;

❎comércio de produtos naturais, suplementos de produtos alimentares e alimentos de animais, vedado o consumo local;

❎comércio de defensivos e insumos agrícolas;

❎comércio de seguros, vedado o atendimento presencial;

❎estabelecimentos que comercializem exclusivamente produtos de higiene e limpeza.

Vereador Idalmir Feitosa – Foto: Érika Fonseca

O vereador Idalmir Feitosa (PSD), engajado com o Legislativo nas ações de contenção da pandemia na cidade, se posicionou favorável a atitude de Camilo Santana ressaltando que suas ações permeiam o lado humano, social e em favor da vida. “Eu entendo que o posicionamento do governador Camilo Santana em relação a liberação de algumas atividades, através de Decreto e, posteriormente, fazendo observações pertinentes a situação que nós atravessamos e revogando as situações anteriormente concedidas, acho que foram prudentes. Eu entendo que ele se preocupa com o sentido econômico do Estado, mas acima disso está salvar vidas. Pelo que tenho acompanhado, independente de qualquer conotação de ordem política partidária, como ser humano, eu dou total apoio a estas providências que o governador tem tomado”, evidenciou o parlamentar.

Para especialista, isolamento da população é a melhor forma de prevenção

Para o médico infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará, Anastácio Queiroz, a decisão do governador Camilo Santana foi acertada na medida que ações semelhantes estão sendo implantadas em outras localidades no mundo e já vem surtindo efeito. No entanto, ele se preocupou com a situação das pessoas em maior vulnerabilidade social.

“Nós sabemos que o isolamento social é muito importante. Não há dúvidas. Se eu mantenho elas distantes, elas não contaminam umas as outras. Outro ponto recomendado é essa questão do uso de máscaras, pois as pessoas têm que sair. A grande questão neste quesito é que não há máscaras apropriadas nem para vender. As pessoas estão fazendo de pano em casa, mas estão até com dificuldades devido as lojas de tecidos estarem fechadas. Ao mesmo tempo que nós recomendamos, precisamos ter uma solução para atender a sugestão. O isolamento é importante e ninguém questiona isso, mas há outro ponto que ninguém coloca que é como as pessoas que estão sem trabalhar vão comer? Ao mesmo tempo que recomendamos o distanciamento social, seria bom termos resposta para essa pergunta. Eu acho o isolamento essencial para uma pessoa não contaminar a outra,  o uso da máscara, mas as respostas para aqueles que não tem o que comer, nós temos que ter”, questionou Dr. Anastácio.

Foto: Érika Fonseca