Além dos idosos, saiba quem corre mais risco de agravamento pela Covid-19

27/03/2020 - Câmara Municipal de Fortaleza

Embora pessoas idosas e com predisposição a doenças como hipertensão e diabetes sejam consideradas “grupo prioritário”, a Covid-19 pode se agravar em qualquer um que tiver comorbidades como obesidade, asma e imunodepressão e até mesmo em quem for jovem e saudável

Desde o início da pandemia de infecção pelo novo coronavírus, é sabido que pessoas idosas e com predisposição a doenças crônicas como hipertensão e diabetes têm mais risco de desenvolver os agravos da Covid-19 e, por isso, são tidas como “grupo prioritário”. Contudo, esse público não é o único ameaçado pelo vírus. Independentemente de idade, qualquer um que tiver comorbidades como obesidade, asma e imunodepressão podem vir a desenvolver quadros graves da doença. Com menos frequência, estão em risco até mesmo os jovens aparentemente saudáveis.

Dados apresentados pelo Ministério da Saúde (MS) ontem, 26, mostram que o Brasil tem confirmações de Covid-19 em pessoas de um a cinco anos e de 20 a 99 anos de idade. Os óbitos começam a partir dos 30 anos. “Quando olhamos os casos graves, temos uma frequência maior de homens, se comparado a mulheres”, disse Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do MS. Óbitos, também, segundo ele, tem sido mais de homens.

Contudo, as três primeiras mortes decorrentes de Covid-19 no Ceará foram de duas mulheres, uma de 85 anos e outra de 84 anos, e um homem de 74 anos. Outros casos graves, inclusive, de pessoas jovens e, até então, “saudáveis”, estão sendo acompanhados pela rede pública, segundo informou o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também na tarde da última quinta-feira.

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Vereador Esio Feitosa (PDT) – Foto: Érika Fonseca

“A quantidade de brasileiros diabéticos e hipertensos tem aumentado bastante. Só entre 2006 e 2016, o percentual de diabéticos tinha subido de 5,5% para 8,9%. E isso fez com que a doença, considerada ‘doença da terceira idade’, chegasse aos mais jovens, entre 18 e 24 anos, por exemplo. Hipertensão, da mesma forma. Cresceu 14,2% nesse período. Então, temos, sim, que cuidar dos nossos idosos, mas temos, também, que cuidar de todos nós”, analisa o vereador Ésio Feitosa (PDT), líder do Executivo na Câmara Municipal.

Comorbidades

Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte das comorbidades associadas aos casos graves de Covid-19 no Brasil são doença hematológica crônica; doença hepática crônica; asma; cardiopatia; diabetes; doença neurológica crônica; pneumopatia; imunodepressão; doença renal crônica e obesidade.

Em sua folha informativa sobre a doença, a OMS diz que, no mundo, “pessoas idosas e com condições de saúde pré-existentes como pressão alta, doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer ou diabetes parecem desenvolver doenças graves com mais frequência do que outros”.

Reportagem: Luana Severo

Foto: Mateus Dantas