Sistema de autoatendimento implantado no transporte coletivo de Fortaleza foi o tema debatido em audiência na CMFor

18/06/2019 - Rochelle Nogueira

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou na tarde desta terça-feira, 18, uma audiência pública para discutir o sistema de autoatendimento implantado pelo transporte coletivo da cidade de Fortaleza. A vereadora Larissa Gaspar (sem partido) foi a propositora da audiência pública. A vereadora Larissa Gaspar atentou para a falta de diálogo com a população de Fortaleza […]

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou na tarde desta terça-feira, 18, uma audiência pública para discutir o sistema de autoatendimento implantado pelo transporte coletivo da cidade de Fortaleza. A vereadora Larissa Gaspar (sem partido) foi a propositora da audiência pública.

A vereadora Larissa Gaspar atentou para a falta de diálogo com a população de Fortaleza fazendo com que a forma de pagamento da passagem no transporte coletivo seja por meio de um cartão eletrônico. “Essa audiência tem o objetivo de discutir com a sociedade, a imposição do pagamento exclusivo com o cartão eletrônico em várias linhas de ônibus de Fortaleza. Uma decisão que não foi dialogada com a população e que está trazendo uma série de transtornos para os usuários do transporte coletivo de Fortaleza. A gente entende que o serviço público tem que primar pela qualidade, pelo conforto, pela segurança e o que a gente está vendo é um verdadeiro constrangimento e humilhação aos usuários, que são obrigados a descer do transporte por portar apenas o dinheiro ficando horas na parada esperando um ônibus que aceite”, atentou a parlamentar.

Larissa frisou ainda que a ação em questão, trata-se de uma contravenção penal. “A gente quer discutir com a prefeitura de Fortaleza, pois não somos contra a tecnologia, mas ela deve vir principalmente para fazer o bem ao nosso povo. Da forma como está sendo conduzido esse processo, só tem causado prejuízo à população, além do risco de demissão de 4 mil cobradores que não terão como prover o sustento de suas famílias”, afirmou a vereadora.

Para Ismael Braz, assessor jurídico do Decon, todo o processo de mudança precisa passar por uma adaptação do fortalezense. “A população precisava ser informada previamente sobre essa mudança do sistema nos coletivos, inclusive que houvesse uma adaptação. Nós, do Decon, instauramos um procedimento administrativo a partir de denúncias que foram levadas até o órgão. A partir daí, notificamos a Etufor e o Sindiônibus para que prestassem esclarecimento acerca dessa modificação. O procedimento deve seguir o processo legal para posteriormente tomarmos uma medida”, relatou o assessor.

“Estamos analisando o sistema eletrônico de ônibus em Fortaleza, no intuito de saber se o consumidor será prejudicado de alguma forma. É importante o debate para avaliarmos medidas que possam ser tomadas no caso de dano ao consumidor. Estamos realizando um estudo sobre a questão do Bilhete Único e me causa estranheza não aceitarem dinheiro nos ônibus”, atentou Thiago Fujita, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/CE.

O usuário do transporte coletivo, Anderson Andrade, ressaltou que a população precisa ter opções de pagamentos para a utilização do transporte público da cidade. “Eu acho muito errado o ônibus só aceitar o cartão, pois às vezes eu só tenho o dinheiro no bolso para pegar o transporte de manhã e tenho que esperar 5, 8, 10 ônibus passar para poder pegar um que receba o dinheiro. Isso é um absurdo. Eu saio de casa 5h da manhã para trabalhar, como tem muitos que sai até mais cedo, ficamos jogados ao leú e ninguém está nem aí pra gente”, ressaltou Anderson descontente com o modelo implementado em Fortaleza.

Galeria

Fotos: Evilázio Bezerra.