Infância Protegida inicia ciclo de oficinas de formação para facilitadores

13/11/2019 - Silmara Cavalcante

O Cuca Jangurussu recebeu na manhã desta quarta-feira, 13, a primeira das quatro oficinas do curso de “Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, previstas pelo projeto Infância Protegida. A iniciativa é da Câmara Municipal de Fortaleza em parceria com a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste (Uane), com o apoio […]

O Cuca Jangurussu recebeu na manhã desta quarta-feira, 13, a primeira das quatro oficinas do curso de “Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, previstas pelo projeto Infância Protegida. A iniciativa é da Câmara Municipal de Fortaleza em parceria com a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste (Uane), com o apoio do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca-CE) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Primeira oficina coloca em pauta a importância do engajamento da sociedade no enfrentamento á exploração sexual – Foto: Mateus Dantas

A programação tratou de quatro temas: Direitos Humanos; Identificação dos tipos de violência; Sistema de garantia de Direitos Humanos e o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual. As palestra foram ministradas respectivamente pela coordenadora de conteúdo do projeto e mestre em Direitos Humanos, Leila Paiva; Fernando Luz; Graça Gadelha e Lídia Rodrigues.

Durante a oficina houve debate e o estudo de caso sobre a violência em todas as suas formas. Os inscritos puderam fazer perguntas e participaram ativamente da oficina. Para a coordenadora de conteúdo do projeto, Leila Paiva, a capacitação conseguiu alcançar seu objetivo.

“Essa atividade faz parte de um projeto maior que é o curso à distância. Estamos com mais de 32 mil inscritos e a capilaridade é muito grande. A ideia de fazer as formações presenciais é ver o quanto o conteúdo impacta no dia a dia da atuação das pessoas, tanto dos profissionais que fazem parte das redes de proteção dos direitos de crianças e adolescentes quanto da família e da sociedade, já que a Constituição diz que é responsabilidade de todos a proteção dos diretos das crianças e adolescentes no Brasil”, afirmou.

Francely Soares, que também é coordenadora do Conselho de Direitos Humanos da cidade de Pombal na Paraíba, foi uma das participantes da oficina. Francely descobriu o curso através do Selo Unicef e articulou junto ao município a ida de um grupo para participarem da capacitação.

“Achamos a oficina muito interessante pelo motivo da nova lei e pela própria questão do abuso e exploração sexual, de todas as formas de violência. Então conversamos com o nosso administrador e optamos por trazer alguns profissionais do município, para sermos multiplicadores. A experiência está sendo importante, é um grande aprendizado e poder levar esse entendimento para nossa cidade é gratificante”, disse.

O acadêmico de direito e funcionário da Secretaria Especial de Saúde Indígena, James Dantas, relatou que ficou sabendo da oficina pela internet. O estudante afirmou que ficou tão interessado que convidou outra amiga. “Esse evento é muito importante não só para a questão do enfrentamento da violência de crianças e adolescentes, mas também para identificar essa violência dentro do âmbito doméstico.

“Essa capacitação vai permitir conhecer os sinais, identificar algum tipo de violência e ter mais atenção nas políticas públicas”, observou James.

Já a profissional de saúde que pediu sigilo sobre a sua identidade, contou que estava participando da oficina devido a violência sexual sofrida por sua sobrinha. Ela relatou que passou a se interessar pelo assunto como forma de ajudar outras pessoas.

“Nós devemos prestar mais atenção nas nossas crianças e adolescentes para não acontecer isso. O agressor, o pedófilo, ele pode está no meio de nós, pode ser um familiar e precisamos saber identificar e saber como ajudar”.

O papel do Legislativo Municipal foi destacado pela coordenadora de conteúdo Leila Paiva. A mestra em Direitos Humanos afirmou que Fortaleza teve um ganho enorme no enfrentamento da violência e exploração sexual de crianças e adolescentes diante do papel assumido pela Câmara Municipal em defesa dessa causa, mostrando a importância de falar sobre este problema.

“O fato de pensar em formar as pessoas como um todo, porque quando você oferece um curso AD, não forma só um tipo de profissional, você está dando a oportunidade de acesso a toda população, inclusive a família, podendo identificar melhor os sinais, como prevenir, como falar e dialogar sobre sexualidade com seus filhos, isso é um ganho para Fortaleza. O curso contribui para o país todo, por ser nacional, mas para Fortaleza vamos conseguir ter mais gente alerta para esse tipo de proteção”, disse Leila.

O vereador Renan Colares (PDT) e o Coordenador do Escritório de Direito Humanos e Assessoria Jurídica Popular Dom Aloísio, Cláudio Silva, participaram da oficina e destacaram a importância do projeto na prevenção da violência contra crianças e adolescentes.

“Essa oficina veio para fortalecer ainda mais a rede de proteção da criança e adolescente e nós vereadores temos o compromisso de defender os direitos deles”, frisou o vereador Renan Colares.

Calendário das próximas oficinas

Cuca da Barra do Ceará – 19 de novembro – Horário: 7:30 às 12:30

Cuca Mondubim – 29 de novembro – Horário: 7:30 às 12:30

Centro Cultural Belchior – 06 de dezembro – Horário: 8:30 às 13:30

Inscreva-se: www.fdr.org.br/infanciaprotegida

Infância Protegida no Cuca Jangurussu
Fotos: Mateus Dantas